Haiku selvagem


[Auto retrato]

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Este é mio primeiro verso en portunhol selvagem: “moscas phodem volando“.

Uma espécie de pedazo de haiku selvagem. Um dia mandei esse verso a Manoel de Barros. Ele me devolveu uma carta dizendo que havia gostado desse “Moscas phodem volando”, grafado assim etc e tal. Solamente después de receber esse verso y outros escritos, mas sobretudo esse verso-imagem, Manoel de Barros passou a me respeitar como poeta. Ele chegou a fazer um poema citando esse verso, que integraria o “Livro das Ignorãças”, mas não publicou o poema, porque não havia sido aprovado na primeira leitura dos originais que Dona Stella fazia a pedido do poeta. Este ano, 2021, fez 7 anos que Manoel de Barros regressou ao futuro.

 

 

Dialogamos com o poeta e editor na Confraria da Palavra:

 

 

Douglas Diegues é filho de paraguaia com brasileiro, foi criado nas regiões fronteiriças entre Brasil e Paraguai. Essa herança cultural complexa e híbrida se manifesta na sua escrita e na língua em movimento que pratica, o Portunhol Selvagem. Seu livro Dá gusto andar desnudo por estas selvas: sonetos salvajes (2002) é considerado o primeiro livro de poemas em portunhol publicado no âmbito da literatura latino-americana. Publicou também Uma flor na solapa da miseria, El astronauta paraguayo e triple frontera dreams (versión pocket), pela Eloisa Cartonera. Com o antropólogo Guillermo Sequera, organizou e fez as traduções para o livro Kosmofonia Mbyá Guaraní (2006) sobre a origem mítica do som e da palavra entre os guarani Mbyá. Trabalho considerado uma das mais sérias pesquisas em etnopoesia feitas no Brasil. É fundador e editor da Yiyi Jambo, a primeira editora cartonera paraguaia, em Asunción.




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