Uma cultura do contra
Em nome de uma cultura do contra
Luis Carlos Maciel: o guru da contracultura tupiniquim
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Maciel já ensinou tanto – como o controvertido “guru da contracultura” –, já se mostrou mestre de artes e ofícios diversos (…) O tempo do deboche e da mistura surge, com toda a sua alegria, através de Maciel (…) Desde sempre (e para sempre), Maciel apoiou a busca da liberdade, tentada por sua geração.
(Angela Chaves, no prefácio de Geração em transe, de Luiz Carlos Maciel)
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Quando se fala nos anos 60, não dá para não tratar da contracultura. Quando se fala em contracultura no Brasil, não dá para não tratar de Luiz Carlos Maciel. Mas antes de falar de Maciel, é preciso situar a contracultura. Mas antes de falar da contracultura, é preciso situar a cultura. Isso porque a palavra “contracultura” é derivada por prefixação da palavra “cultura”. Considerando que o prefixo “contra” indica oposição, a contracultura nasce opondo-se à cultura – dialeticamente, como ensina William Blake, já que “sem Contrários, não há qualquer progresso”.
Para começo de conversa, o conservadorismo não se mantém há tanto tempo e em tantos lugares no poder à toa. Para justificar sua dominação, construiu um sólido edifício de idéias, crenças e valores – a “ideologia dominante” ou “cultura oficial”. Por meio de instituições como a família, a igreja e a escola (que Louis Althusser chama de Aparelhos Ideológicos de Estado, e Michel Foucault, de Microfísica do Poder), transmite-nos sua visão de mundo, que incorporamos desde o berço como se fosse a única maneira de enxergar a realidade. Não por outro motivo, Nietzsche dizia que as crianças imitam os gestos dos adultos como os macacos os dos humanos, aprendendo a amar o que eles amam e a odiar o que eles odeiam.
A maioria das pessoas, nessa perspectiva, passa a vida a representar o script que a sociedade escreveu para elas, sem questionar os papéis que lhes cabem, uma vez que todo questionamento pressupõe um mínimo de consciência da opressão – e os escravos não sabem que são escravos. É isso que os filósofos existencialistas, como Sartre, chamam de “existência inautêntica”. Ser assim é ser como uma pedra, ou seja, é o mesmo que não ser. Existir sem consciência é o mesmo que não existir: é sucumbir. A propósito, é exatamente isso que mostram estes versos de Rogério Duarte, guru do tropicalismo que era guru do guru Maciel: “Sequer temos consciência do turbilhão que nos rodeia/ ‘Stmos submersos na espessura do sufocado silêncio/ Ali como parte ínfima imersa na baixura inferior/ Dizer que somos quando apenas lentamente sucumbimos”. Ou, mais diretamente, estes outros versos do guru do guru: “Eles não pareciam muito preocupados com o sentido da existência/ cogito ergo sum/ Já que não pensavam também não existiam ou não tinham consciência/ Da existência assim como parece acontecer com uma pedra”.
É este homem sempre igual que Foucault chama de “clone” e Marcuse classifica como “homem unidimensional”. É este homem que reproduz modelos, que não se reinventa, que não faz de sua vida uma obra de arte. É este homem que é moldado pela cultura oficial, que é cria da ideologia dominante. É este homem que nada cria, que tudo copia, sem vontade própria, coisificado, robotizado, desumanizado, que chamam de homem. É sobre ele que as idéias, crenças, valores hegemônicos fixam-se e sedimentam-se como uma colônia de cracas sobre as pedras.
A verdadeira canção de liberdade nasce do cárcere: é nesse contexto, então, que surge a contracultura. Como um canto para libertar as pedras das cracas, para que as pedras possam rolar: rolling stones. Como uma palavra mágica para extrair os homens das costelas das pedras, para que os homens possam rolar: talking heads… Como um grito para devolver o homem ao homem, para que o ser possa ser. Para devolver o ser ao ser, para que o homem possa crescer. Para separar o querer do dever, o ser do ter…
Defender a contracultura não significa ser contra qualquer forma de cultura. A contracultura não é a negação pura e simples da cultura, como querem os detratores. Não se trata aqui de uma “incultura”, de uma “não-cultura”, da apologia da porra-louquice, da propaganda da ignorância, da defesa do vale-tudo. Isso é o que diziam os reacionários de plantão no contexto das lutas dos anos 60, associando-a em termos caricatos à tríade “sexo, drogas e rock’n’roll”, a fim de neutralizar seu potencial subversivo e assegurar a manutenção do status quo.
Na verdade, a contracultura é uma espécie de lado B da cultura: assim, deve ser entendida como a proposta de uma nova forma de cultura. Uma cultura do contra: contra o consumismo, contra a exaltação do trabalho escravizante, contra as hierarquias, contra a repressão do corpo, contra o aprisionamento do espírito, contra o aniquilamento das consciências, contra o princípio da autoridade, contra a caretice, contra a sisudez, contra o conformismo, contra…
Nesse quadro, onde se encaixa Luiz Carlos Maciel, o intelectual gaúcho nascido em 15 de março de 1938 e que continua pintando o sete aos setenta? No seminário Tropicalismo: a explosão e seus estilhaços, que aconteceu na Universidade de Brasília (UnB) em outubro de 1997, para comemorar os trinta anos do movimento, ele disse: “talvez possa contribuir falando um pouquinho, já que está previsto aí no título da mesa redonda contracultura, que muitos consideram uma certa especialidade minha, até hoje não sei por quê. Mas vamos lá”.
Então, vamos lá, isto é, vamos tentar entender por que ele é o especialista no assunto, começando por sua própria fala no seminário. Há várias pistas no enunciado que revelam seu modo de ser: o advérbio “talvez”, por exemplo, marca a dúvida, relativiza as certezas, mostrando a imagem de um homem que nunca defendeu dogmas, que sempre desconfiou das verdades, que jamais prometeu o absoluto. O uso de “possa”, forma verbal no modo subjuntivo, ratifica a enunciação marcada pela hipótese, típica de alguém que não pretende ser portador da palavra final. O diminutivo “pouquinho” dá o tom de informalidade e afetividade que caracteriza seus pronunciamentos. O sujeito “muitos” atribui a outros a responsabilidade pelo título de “especialista”: os egocêntricos, vaidosos, não relutam em dizer “eu sou isto e aquilo”, exibindo títulos e medalhas. O adjetivo “certa” sintomaticamente indica a relutância de Maciel em aceitar o domínio de uma “especialidade” de conhecimento. O homem não é o que diz, mas o que faz; o homem se constrói na ação, na experiência direta. É desse modo que se torna especialista – a vivência alternativa é que fez dele um expert no assunto. Como ensina Sartre, um de seus autores de cabeceira, “a existência precede a essência”…
No livro Geração em transe: memórias do tempo do tropicalismo, que Maciel publicou em 1996, Ângela Chaves registra no prefácio que ele “já ensinou tanto – como ‘guru da contracultura’ – já se mostrou mestre de artes e ofícios diversos”. Toninho Vaz, no livro Pra mim chega: a biografia de Torquato Neto, escreve o seguinte: “Luiz Carlos Maciel, que no futuro ganharia o status de guru dos viajores e porras-loucas, publicando no semanário O Pasquim a seção ‘Underground’, tinha apenas 21 anos quando chegou a Salvador pela primeira vez, para estudar na Escola de Teatro. Seu segundo e melhor amigo na cidade seria Glauber Rocha, ainda alimentando o sonho de, quem sabe?, um dia fazer cinema. (…) Depois de um período de estágio nos EUA, Maciel estava de volta aos corredores da Universidade da Bahia. Ou seja, Maciel saiu do Brasil aluno e voltou professor, para testemunhar o nascimento de uma nova geração de artistas. Eles conjugavam os prazeres intelectuais típicos da nova geração (os happenings de música, cinema, poesia e teatro) com uma admirável paixão pelo sol e pelas praias”.
Quando poucos dizem algo por muito tempo, podemos desconfiar. Quando muitos dizem algo por pouco tempo, podemos desconfiar. Mas quando muitos dizem algo por muito tempo, podemos acreditar. Se muitos consideram até hoje a contracultura uma especialidade dele, podemos acreditar, ainda que ele mesmo desconfie – sintomaticamente, nada mais contracultural… O que não significa aprisionar Maciel em uma especialidade, já que é um homem plural, multifacetado, resistindo ao imobilismo das classificações. Em todo o caso, apesar de escritor, jornalista, diretor de teatro, roteirista de cinema e televisão, professor e conferencista, todas as suas intervenções sempre foram marcadas pela brasa da cultura alternativa.
Nas palavras de Toninho Vaz: “O assunto com Maciel era a ‘cultura alternativa’ ou, como preferem alguns, a ‘contracultura’. Torquato, Caetano e Gil já estavam alinhados, ou seja, liam horóscopo, fumavam baseados, acendiam incensos e faziam amor”. Segundo Heloísa Buarque de Holanda, em seu estudo Impressões de viagem – CPC, Vanguarda e Desbunde: 1960/70, é “no Pasquim que a informação da contracultura vai encontrar talvez a sua mais importante ‘tribuna’, na página Underground produzida por Luiz Carlos Maciel, cuja atuação no período pós-tropicalista é fundamental. Acompanhando os debates do processo cultural desde o período ‘cepecista’, ele utiliza sua formação marxista e existencialista criticada pelos elementos da contracultura, de que se torna o principal divulgador. Sua página no Pasquim reflete e dá o clima dos debates, onde o materialismo dialético aparece ao lado das drogas, da psicanálise, do rock, das novidades nova-iorquinas e do desbunde tropical”.
Heloísa lembra um exemplo “divertido da situação de ‘guru’ desempenhada por Maciel”, referindo-se a um artigo que ele publicou no verão de 69, tirando uma onda com a moçada que queria aprender como ficar “por dentro”, que queria ser descolada, alternativa. Para esses que queriam posar de intelectuais para participar das rodas in da praia de Ipanema, Maciel deu um receituário irônico, como se a denunciar o quanto havia de pré-fabricado nesse tipo de postura. Com bom humor, é como se dissesse que o verdadeiro descolado não segue receitas, não adere a modismos, não quer ser igual aos outros; nada mais por fora do que querer moldar-se para ficar por dentro. Ficar por dentro é ser livre; é ficar fora dos rótulos, dos estereótipos. Ser livre é não aceitar hierarquias, é não dar ouvidos a gurus. Assim, Maciel acaba zombando de sua própria condição de “guru”, dizendo por linhas tortas que cada um deve buscar por si as vias que levam a novas formas de comportamento. Como o poeta-samurai Bashô ensinava, “não siga os mestres, procure o que eles procuraram”.
Vejamos alguns trechos de suas “dicas”:
Se a conversa for sobre psicanálise, pode ser contra, sem medo. No dia seguinte você conta ao seu analista e ele próprio saberá compreender. Ele é tão bacana, não é? Diga, portanto, que a psicanálise é uma invenção do século passado, que não tem mais sentido no mundo de hoje. Quando lhe perguntarem por uma alternativa válida – perdão, eu disse “válida”? Quis dizer: “uma alternativa”, sem adjetivos –, responda com simplicidade que são as drogas alucinógenas. (…) Você deve referir-se à maconha, principalmente, como se fosse coca-cola, tratando-a carinhosamente por “fumo”, para revelar seu grau de intimidade. (…) Prefira filosofar sobre a inutilidade histórica do teatro. Condene o cinema à mesma sina. Diga até que Godard já acabou e que a única coisa que existe é o “underground”.
Mas não foi só à frente da seção Underground que Maciel atuou na imprensa alternativa. Acompanhado de Rogério Duarte (que seria responsável também pela parte gráfica), fundou o jornal Flor do Mal, cujo título remetia ao famoso poema do romântico maldito Charles Baudelaire, autor também dos ensaios transgressores O Ópio e Poema do Haxixe, reunidos sob o título de Paraísos Artificiais – qualquer semelhança com a geração dos anos 60 que buscava experiências de expansão da consciência por meio de drogas não é mera coincidência… As letras do título remetem ao fazer artesanal: a palavra “Flor” é composta a partir de corpos de duendes; “Mal” é ironicamente desenhada com flores – bem no espírito flower power dos hippies dos sixties…
De acordo com Maciel, em Geração em transe, o Flor foi “o primeiro jornal brasileiro totalmente contracultural, ou, pelo menos, um dos primeiros: saiu na mesma época de Presença, no Rio de Janeiro, e do Verbo Encantado, na Bahia, e muito antes do Bondinho, em São Paulo”. No primeiro número, foi publicado um texto de Baudelaire atacando a imprensa oficial, como uma espécie de carta de intenções da imprensa alternativa: “Todo jornal, da primeira à última linha, não passa de um tecido de horrores, guerras, crimes, roubos, impudícias, torturas (…), uma embriaguez de atrocidade universal. É deste aperitivo repugnante que o homem civilizado acompanha sua refeição cada manhã”.
A publicação, bancada pelo Pasquim, durou apenas cinco números, pois só “os mais malucos a compravam”. Nas palavras do guru, destacando o espírito livre e plural do projeto, pouco afeito ao paladar do “homem civilizado”, ao gosto do público convencional: “O Flor do Mal foi muito bem considerado nos círculos da contracultura, especialmente os mais radicais; e, admito, muitíssimo mal considerado fora desses círculos. (…) Realmente, Flor do Mal era um jornal bem louco. Que sentido teria se não fosse? O espírito era esse, afinal. Colocar pra fora tudo, questionar, fazer entrevistas anticonvencionais, e por aí afora, sem censuras internas, pois das externas o país estava cheio. Numa palavra: viajar, em busca de uma saúde espiritual regeneradora. Havia poemas em verso, poemas em prosa, textos absurdos, lírica nonsense. Muitos poetas da chamada geração mimeógrafo publicaram alguns poemas lá [conhecidos também como poetas marginais, que se reuniram no grupo Nuvem Cigana no Rio de Janeiro da década de 70]. (…) No Flor, podia-se fazer o que desse na veneta. Era isso, aliás, o que se esperava de seus colaboradores”.
A produção do número inaugural, por exemplo, dá bem o tom de liberdade e descompromisso do jornal, sempre aberto às interferências do acaso. A foto de capa foi recolhida por Torquato Neto (um dos mentores da Tropicália) do chão da redação do jornal Última Hora (no qual escrevia a contracultural coluna Geléia Geral). A foto, desprezada e pisada por todos, encantou a todos: era uma menina negra, sorridente, despida do peito para cima. Rogério Duarte colocou-a dentro da moldura em que estava o texto de Baudelaire. Mas a censura exigiu que fosse feito um corte para que não aparecessem os mamilos, desconsiderando que a menina ainda não tinha seios…
No número 2, há um roteiro turístico do Rio escrito por Wali Salomão (que organizou com Torquato Neto a publicação alternativa Navilouca), um texto de Antonio Bivar (que escreveu Verdes vales do fim do mundo, relatando suas experiências contraculturais na louca swingging london do início dos 70) sobre o “teatro do ridículo”, um desenho de Rogério Duarte ilustrando a matéria “A esquizofrenia segundo um médico (muito) louco”… No número 3, há um texto do escritor beat William Burroughs (notório viciado em heroína, como relatou nos livros Junky e Almoço Nu) sobre dependência de drogas, um trecho do livro Fragmentos de sabonete, de Jorge Mautner (músico e escritor, nosso primeiro beat, hippie, eterno marginal)… No número 4, há mais Jorge Mautner, Wali Salomão, um texto de Rogério Duarte e até o concretista Haroldo de Campos, só para lembrar que relaxos combinam com caprichos, que a construção pode caminhar de braços dados com a descontração… No último número, um trecho do livro inédito de Wali, Me segura que eu vou dar um troço (escrito na prisão, provocada por uso de maconha), mais um texto de Burroughs sobre tratamentos para vícios em drogas, entrevista de Haroldo de Campos por Hélio Oiticica (artista plástico, autor do célebre “Seja marginal, seja herói”)…
Depois de mais essa experiência à frente da imprensa alternativa, foi convidado para ser o editor da revista Rolling Stone no Brasil, publicação ligada a assuntos roqueiros e contraculturais. O primeiro número saiu em 1972, com uma cobertura da volta de Caetano do exílio em Londres, entrevistado por Jorge Mautner, que também escreve um texto sobre “cabelos compridos”. No número 2, a entrevistada foi Maria Bethânia, mas havia matérias sobre Jimi Hendrix, Rod Stewart, Frank Zappa, Cat Stevens… A capa do número 4 era Janis Joplin nua. A capa do número 14 focava “O rock de São Francisco”, com foto da banda Grateful Dead (que fazia o chamado “acid rock”, isto é, o rock embalado por LSD, trilha para viagens lisérgicas). A capa do número 12 homenageava Jim Morrison, vocalista dos Doors (morto aos 27 anos, como Janis e Hendrix, também por overdose). No número 13, matérias sobre o poeta beat Allen Ginsberg e sobre “Os hippies rurais da Hog Farm na Califórnia”. No número 15, “A luta de John & Yoko” pela paz. A chamada do número 17 era “David Bowie e o rock bissexual”. Como se pode notar pelas chamadas de capa, pelas fotos, pelos artigos, pelos colaboradores, está presente aqui o trinômio “sexo, drogas & rock’n’roll”, o espírito libertário e transgressor da época – novos comportamentos, novas utopias: nada mais contracultural…
A atuação de Maciel nas “barricadas do desejo” da imprensa alternativa operou como uma espécie de antídoto contra a apatia, a resignação, o conformismo dos caretas de plantão, que vêem a contestação e o protesto como sintomas de desajustamento social, considerando os insubmissos como casos patológicos. Aliás, como ele afirma em seu livro Anos 60, “careta é o homem que não é livre, não assume a responsabilidade da própria existência e prefere deixar-se conduzir com o resto da manada. Ele obedece, sem questionar, as regras que lhe são impostas”.
Apesar disso tudo, Maciel afirma, em Geração em transe: “Confesso que havia sonhado com todas as glórias deste mundo, é verdade, porém menos com a de ser considerado o ‘guru da contracultura’ e uma espécie de entendido em jovens e juventude de maneira geral. E foi justamente esta a ‘glória’ que me estava reservada. A vida é uma surpresa sem limites. Quando me dei conta, tudo já havia acontecido. (…) Achei que, de algum modo, devia aceitar o meu destino. Temos de ter a serenidade de aceitar o que não podemos modificar. Naturalmente eu próprio o havia procurado, mas sem saber o que estava fazendo”.
Esse depoimento pode parecer paradoxal, mas não o é de fato, já que Maciel, por tudo em que sempre acreditou e por tudo o que sempre advogou, jamais poderia assumir o papel de guru. A melhor homenagem a um homem livre, pois, é não falar em seu nome, mas deixar que ele próprio se explique: libertários não falam por procuração. Com ele, então, a palavra: “Queriam que eu dissesse o que deviam fazer da vida. Ora, o papel de conselheiro me parecia contrário a todos os ideais libertários que eu cultivava. Pessoalmente, eu próprio fazia questão de não deixar ninguém se meter na minha vida. Me recusei a ser ‘guru’ de quem quer que fosse; já temos suficientes professores para quase tudo”. O verdadeiro vestibular é o da vida: ninguém pode passar na prova por você…
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Carvalho (Paulo César de Carvalho) é vocalista e letrista da banda Os Babilaques. Nasceu em São Paulo em 22 de abril de 1970. É bacharel em Direito e mestre em Linguística pela USP, professor de Gramática, Interpretação de Texto e Redação do curso Anglo Vestibulares e de cursos preparatórios para concursos públicos, co-autor do material de Língua Portuguesa do Sistema Anglo de Ensino, autor dos livros Tópicos de Gramática e Tópicos de Interpretação de Texto e Redação (Editora CPC – www.cpc.adv.br ou livraria@cpc.adv.br). Foi editor do boletim Texto & Cultura, colaborador das revistas Discutindo Língua Portuguesa, Discutindo Literatura, Arte & Informação, Livro Aberto e Libertárias e consultor da TV FUTURA no programa Tá Ligado?. Sua dissertação de mestrado intitula-se Fragmentos epistolares de um discurso amoroso: elementos para uma análise semiótica do estatuto do gênero “carta de amor”. Tem poemas publicados no livro Na virada do século – poesia de invenção no Brasil (Landy Editora) e na antologia portuguesa Poezz (Almedina). Lançou em 2009 o livro de poemas Toque de Letra (Editora Nhambiquara). É articulista do site literário Musa Rara. Tem parcerias musicais com Tatá Aeroplano, Juliano Gauche, Peri Pane, Pélico, Trupe Chá de Boldo, Reynaldo Bessa, Bruno Roberti, entre outros. Foi curador da exposição “Linguaviagem”, em Brasília (2010), que abriu o Congresso dos Países Lusófonos. E-mail: carvalho70@gmail.com
20 agosto, 2012 as 17:48
20 agosto, 2012 as 18:09