Alguns homens de meu tempo
Alguns Homens de Meu Tempo e Outras Memórias de Jaime Batalha Reis
A publicação deste livro de Elza Miné, pela Imprensa da Universidade de Coimbra, celebra os 170 anos de nascimento de Jaime Batalha Reis (1847-1935), escritor e diplomata português, integrante da Geração de 70, autor de O Descobrimento do Brasil Intelectual Pelos Portugueses do Século XX, colaborador da Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, entre outros órgãos de imprensa.
Batalha Reis tinha em vista registrar recordações de seus amigos, como Eça de Queirós, Antero de Quental entre outros, cuja reunião viria a constituir um volume a intitular-se “Alguns homens de meu tempo”. Não chegou, contudo, a realizar tal projeto que, desde seus primeiros anos como cônsul em Newcastle, Inglaterra, até os últimos passados na Quinta da Viscondessa, em Portugal, sempre acalentou e referiu.
O presente volume, prefaciado por Luiz Fagundes Duarte (Universidade Nova de Lisboa), apresenta, nas partes I e II, a gestação e uma (possível) concretização desse mesmo projeto, alinhavando-o Elza Miné em nome de Batalha Reis. A seguir, correspondendo às “Outras memórias”, anunciadas no título, constam ainda as partes: III Relendo Cartas a Celeste, IV Recordações Musicais, V Alguns dos Meus Textos de Imprensa e VI Alguns Projetos. O volume traz ainda em suas páginas finais: critérios de edição, cronologia, bibliografia de e sobre autor.
Alguns homens de meu tempo e outras memórias de Jaime Batalha Reis resgata, assim, uma amostra representativa da produção dispersa do escritor, reunindo e editando fidedignamente textos éditos e inéditos de cunho vincadamente memorialista sobre seus amigos e seu tempo.
Se as consagradas páginas do In Memoriam, sobre o amigo Antero, e as do prefácio às Prosas Bárbaras, do companheiro Eça, exibem inegáveis qualidades literárias da escrita da memória, várias de suas colaborações para a imprensa, tributárias do olhar de um observador/testemunha da sociedade do seu tempo e reveladoras das preocupações dominantes do apaixonado pela pintura e pela música, que sempre foi, confirmam-no como memorialista emérito.
O livro chama ainda a atenção de seus possíveis leitores do século XXI para características e qualidades do autor e para sua forma de encarar o conhecimento em múltiplas direções, tendência nitidamente de nossos dias, não estabelecendo barreiras entre a cultura científica e a das humanidades.
UM PREFÁCIO
por Luiz Fagundes Duarte
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Fui talvez a testemunha mais próxima da redaccão dos escritos agora reunidos em volume, e, por esse tempo, o mais inseparável companheiro do autor. Esta Introdução e, pois, uma página da sua biografia. Tento esboçar nela a figura do homem e a do escritor – tais como as conheci, ao formarem‑se as criações deste livro – as circunstancias e os espíritos que influenciaram a aliás extraordinária originalidade…
de Jaime Batalha Reis – bem poderia escrever Elza Miné referindo-se a este seu livro mas reproduzindo, ipsis verbis, as palavras inaugurais da introdução de Jaime Batalha Reis às Prosas Barbaras de Eça de Queirós. Porque ela é hoje, sem dúvida, a pessoa que melhor conhece a obra, e sobretudo a personalidade, deste homem bom e generoso que acompanhou e conheceu na intimidade os homens da Geração de 70, que foi a dele; do Cenáculo da Travessa do Guarda‑Mor, de que foi hospedeiro; das Conferencias Democráticas do Casino Lisbonense, que foram planeadas na casa da Rua dos Prazeres que partilhava com Antero, mas nas quais não chegou a apresentar a sua conferência sobre “O Socialismo” por entretanto terem sido proibidas pelo governo; e d’ Os Vencidos da Vida, que acompanhou de perto – de entre os quais destacarei Eça de Queirós, Antero de Quental, Oliveira Martins, João de Deus, Mariano Pina ou Columbano Bordalo Pinheiro (e, claro, Carlos Fradique Mendes, personalidade criada por ele, com Antero e Eça) que foram, no seu próprio dizer, alguns dos homens do seu tempo e sobre os quais nos deixou testemunho.
Na verdade, anos e anos de convívio com os papéis de Jaime Batalha Reis, vasculhando a sua biografia e os seus conhecimentos, reunindo e lendo os seus textos jornalísticos, interpretando os comos e os porquês das suas relações sociais, políticas, científicas e literárias tanto em Portugal como no estrangeiro – fizeram de Elza Miné, talvez, a testemunha mais próxima da redacção dos escritos agora reunidos em volume, e uma inseparável companheira deste Batalha Reis de quem ela nos dá, emprestando‑‑lhe a voz com que lhe soletrou as letras e as palavras – e, acrescentaria eu, o pensamento –, a mais completa biografia até hoje dele feita.
Temos aqui um livro que é original por duas razões principais: primeiro, porque reúne e publica, pela primeira vez, alguns textos encontrados no vasto espólio de Jaime Batalha Reis e que o autor destinara para o seu projecto de livro Alguns homens do meu tempo, que nunca viria a concretizar; porque reúne, pela primeira vez, os textos publicados em jornais e revistas sobre manifestações artísticas – música, ópera, artes plásticas, teatro, literatura, e os respectivos artistas (autores, actores, intérpretes) –, acontecimentos científicos, política internacional, ou política agrícola, uns assinados com o nome próprio, outros sob pseudónimo. E segundo, porque Elza Miné – numa engenhosa actualização do transforma‑se o amador na cousa amada – assume a voz de Batalha Reis para, rigorosamente baseada em documentos, o colocar como narrador da sua própria história e tecedor das tramas que unem os seus diversos escritos aqui reunidos, utilizando um discurso mimético que realça os traços de personalidade de Batalha Reis: um homem sereno e desprendido que, tendo abdicado de uma carreira própria no mundo das letras, para a qual estava vocacionado, se dedicou, a par da sua vida profissional primeiro como professor e depois como diplomata, à nobre actividade de valorizar e dar a conhecer os seus amigos – muitos deles personalidades incontornáveis da história cultural portuguesa, aqueles mesmos “homens do seu tempo” que dão o título ao presente livro e de quem o autor nos transmite a vertente humana –, bem como a dar nota do trabalho de artistas portugueses alguns dos quais, não fora as crónicas que Batalha Reis sobre eles escreveu, estariam hoje totalmente esquecidos.
Este expediente confere a Alguns Homens do meu Tempo e Outras Memorias de Jaime Batalha Reis um duplo carácter: ao assumir a voz e o eu de Batalha Reis, Elza Miné dá a esta obra um carácter autobiográfico, memorialista e antologiador, aqui e ali temperado com algumas notas ficcionais; mas, ao assumir-se como investigadora que dá conta do seu trabalho filológico e de aspectos que seria impossível integrar num discurso a Batalha Reis, Elza Miné oferece-nos um trabalho ensaístico onde o leitor encontrará, fruto de um percurso a passo de filóloga pelo espólio depositado no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional de Portugal, abundantes informações sobre o autor e a sua obra, com relevo para os projectos que ficaram muito longe de serem concretizados e para a bibliografia activa de Batalha Reis, incluindo as suas participações na imprensa periódica, em Portugal e no Brasil. E, naturalmente, os critérios que presidiram à feitura da obra.
Um livro com estas características não é frequente no nosso panorama literário. E pode, nos sectores mais tradicionalistas em matéria de trabalhos científicos e académicos, vir a levantar alguma perplexidade – alavancada no “Estavas lá? Viste?” que Eça de Queiroz um dia atirou a Oliveira Martins a propósito das “minudências de detalhe plástico, como a notação dos gestos” que o amigo historiador atribuía às personalidades de quem se ocupava nos seus livros. E acharão estranho que Elza Miné fale por Batalha Reis, ou o faça falar por ela, como se ela de facto estivesse lá quando ele escrevia as memórias que de facto nunca escrevera. Mas, na realidade, ela estava lá: quem alguma vez tenha trabalhado a sério com manuscritos autógrafos de um escritor, ao estudar-lhe as letras, os papéis, as tintas, os riscados, os acrescentos, as dúvidas, as frases primeiro mal construídas e depois trabalhadas, os enganos e os actos falhados, os textos deixados inacabados – acaba por lhe adivinhar gestos, fúrias, tiques, hábitos do dia-a-dia, com uma intensidade tal que chega a convencer-se de que, se tivesse papel e tinta da época, lhe poderia forjar um manuscrito autógrafo. Ora, Elza Miné não forjou manuscritos de Batalha Reis: apenas imaginou um homem idoso rodeado de armários de papéis seus – que ela conhece como ninguém – e de memórias de todos aqueles com quem convivera e de quem gostara, e interiorizou-lhe o estilo, conseguindo assim uma aliança entre rigor documental e viveza discursiva raramente vistos em trabalhos académicos convencionais.
Elza Miné não escreve acerca de Batalha Reis: escreve‑o.
E fá-lo utilizando as palavras dele, quando transcreve textos, sejam eles inéditos ou publicados dispersamente pelo autor, e quando explica a origem e objectivos de cada um, articulando engenhosamente peças de correspondência privada ou apontamentos autógrafos soltos com os textos a que se referem.
Todos nós nos habituámos a conhecer Batalha Reis na sua relação com outros homens da sua geração e com acontecimentos do seu tempo; ou seja, como uma espécie de sombra benigna e discreta que entrevemos, por exemplo, nas muitas cartas que Eça lhe dirigiu e em relatórios oficiais. Relacionamo-lo, inevitavelmente, com a organização das Prosas Barbaras de Eça e a excelente introdução que para elas escreveu, bem como com o texto “Anos de Lisboa (Algumas lembranças)” que escreveu para o In Memoriam a Antero; sabemo-lo responsável, com Antero e Oliveira Martins, da Revista Ocidental; conhecemos o seu papel, com Eça e Antero, na criação do satânico Carlos Fradique Mendes, mas da sua lavra, neste processo, apenas conhecemos um poema intitulado “Velhinha”; foi ele o grande divulgador e promotor, em Portugal e no estrangeiro, da obra de Columbano, sobre a qual bastante escreveu e que por três vezes o retratou. Como cientista, apresentou com sucesso, na Royal Geographical Society, de Londres, a conferência “On the Definition of Geography as a Science” (1895). E, como diplomata, foi uma testemunha atenta e actuante de acontecimentos que marcaram a História mundial: representante de Portugal em S. Petersburgo (1913), foi lá apanhado pela Revolução Russa, de que nos deu conta, sendo dignas de um Rocambole as peripécias da sua saída por Murmansk (1918); e também como representante de Portugal, participou, em Paris, na Conferência de Paz e na comissão preparatória do Pacto da Sociedade das Nações (1919).
Foi assim, Batalha Reis, um homem importante do seu tempo. E, como já vimos, foi muito importante para os importantíssimos homens do seu tempo que foram seus amigos. E foi também amigo póstumo de uma certa senhora que um dia o procurou e que o impressionou porque tinha uma “maneira de falar [que] me lembrava a dos meus amigos brasileiros de Londres”, e que lhe propôs fazer por ele, utilizando escrupulosamente os seus papéis, aquilo que ele não tinha conseguido concretizar: o projecto de memórias de “alguns homens do meu tempo”, acrescentando-lhe – sempre alter ab altero adiutus – uma quantidade de textos que ele mantivera inéditos ou que publicara ao deus‑‑dará. Essa senhora, sabemo-lo agora, chamava-se Elza Miné. E o trabalho que se propôs fazer é aquele que o leitor tem agora entre mãos.
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PRÓLOGO
Por Jaime Batalha Reis
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Foi‑me sempre difícil aceitar as limitações que a mim mesmo me atribui. Donde os adiamentos reiterados, os projetos, inúmeros, que como tais permaneceram. Fui como que um escritor eternamente em preparativos.
Considerei‑me sempre contemporâneo e testemunha de uma geração ilustre. Dai rotular‑me, lembro‑me, escrivão. Escritores eram os outros, dos quais tudo guardei: recortes, cartas, retratos.
Mas também, para ser honesto, nada do que me dissesse respeito me escapou. Nem mesmo os primeiros apontamentos de um rascunho ainda informe. Papeis e papeis abrigados em armários, estantes, malas, caixotes. Sempre a espera… Como se eu edificasse, com persistência e cuidado, viga a viga, os andaimes da memória: a correspondência, cuidadosamente colecionada, os dados, com rigor levantados, tendo em vista a pluralidade dos interesses, estudos e projetos. Retalhos de mim mesmo e de outros, muitos, muitos outros.
Quando me retirei para a Quinta da Viscondessa – no Turcifal, município de Torres Vedras – tudo era paz e silencio. Só o arvoredo de em frente gritava contra o azul do céu. Não mais a possibilidade de alegar falta de tempo para justificar os adiamentos, já meus conhecidos. Se alguma coisa pudesse invocar como desculpa, seria talvez o peso do excesso, trazendo a inercia no seu bojo. Porque a mesa de trabalho, espaçosa, enchia‑se de anotações, sempre indispensáveis. A elas preso, não me permitia que escorressem, livres, as recordações. Paralisava‑me. Afetava‑me a sensação do pouco tempo que me restava. Desistia. A rigorosa devoção que sempre tivera pelo documento abria‑me a perspectiva apaziguadora de que o zelo não teria sido inútil. Um dia – quem sabe? –, outros poderiam servir‑se do que agora para mim inútil se tornava. Ou talvez eu mesmo, quando livre das muitas amarras, das frustrações, ou de um impreciso receio de comparações.
Desde que se me cerraram os olhos, precários durante largo período, devido a catarata, mas recuperados nos meus tempos finais de vida, volto de quando em quando ao Turcifal. Espreito as mudanças.
Pude, assim, acompanhar o trabalho de Vitor e de Beatriz com meus papeis, fazendo‑os transferir para a Biblioteca Nacional de Portugal – incansável a devoção dessa minha filha em perpetuar a minha memoria –, o transporte de alguns moveis, a permanência de outros, talvez indesejáveis em casas mais modernas. A salamandra da sala intima, por exemplo, aquece ainda os que hoje lá vivem. O mesmo candeeiro acolhe, no hall de entrada, os que ali chegam. O piano, em móvel de adorno transformado, já não traz os adereços de outros tempos. E a mata de em frente, conservando embora as velhas arvores, de muito se encurtou.
Na minha última visita, encontrei por lá uma senhora. Viera para ver onde eu habitara. Fazia fotografias. Tudo indagava. Talvez esperasse encontrar‑me num canto qualquer. Escondeu‑me, por um tempo, a penumbra daquele fim de tarde. Mas por fim contactamos. Notei que sua maneira de falar lembrava‑me a dos meus amigos brasileiros de Londres e revivi almoços em Ealing, as conversas intermináveis com Graça Aranha, o seguro otimismo de Joaquim Nabuco, a tristeza de Domício da Gama.
Mencionou logo que já tinha andado a minha procura por Highgate, caminhando pela Cromwell Avenue, em busca da casa de número 96, onde vivi e que ainda lá esta, que lera parte representativa de minha correspondência, que consultara meu espolio, decifrando meus rascunhos, por vezes hieroglíficos, debruçara-se sobre vários dos meus escritos, inclusive os inéditos (acabados, ou em elaboração), e não deixara também de procurar inteirar‑se do que sobre mim disseram.
Isto posto, advertiu‑me, sem rodeios, que eu ainda estava a tempo de dar forma, ainda que de modo pouco ortodoxo, ao meu muitas vezes referido, mas sempre postergado projeto de memorias de “alguns homens do meu tempo”. A minha reação de espanto não a surpreendeu. Ao contrário, lendo no meu silencio as minhas reservas, a minha incredulidade, procurou explicar‑se para… convencer‑me.
Começou por aludir a minha paixão pelo documento, ao meu acentuado zelo pela informação correta e ainda a um certo perfeccionismo que sempre me caracterizou, traços esses que não permitiriam que, nas páginas de minhas recordações, eu me deixasse levar cegamente só pelas minhas lembranças esparsas. Sem dúvida, seria guiado por elas, mas era mister adotar medidas de precaução quanto as possíveis traições da memória, sempre incontornavelmente seletiva. Por isso mesmo, para a construção póstuma de tais páginas seria fundamental recorrer as minhas anotações, sempre numerosíssimas e de varia ordem, aos lembretes – as vezes tão avaramente econômicos, ou cifrados, que poderiam mesmo mostrar‑se ineficazes –, a versão preliminar, ou já mais adiantada, de antigos projetos, a pequenos esboços para a reconstituição de situações, atmosferas, detalhes, a copiosa correspondência que me foi endereçada e que desde sempre arquivei, inclusive os rascunhos das cartas que escrevi para destinatários do mundo político, diplomático e literário, para meus amigos e familiares. Por serem as proprias cartas mais vivas do que as referências eventuais delas retiradas, poderiam ser transcritas, parcial ou integralmente, sempre que oportuno ou necessário. E por ai afora ia entusiasmadamente expondo suas ideias…
De repente, uma pequena pausa e, sem mais rodeios, a explicitação de sua proposta: a narrativa seria em primeira pessoa – afinal, eram as minhas memorias… Mas para sua efetiva elaboração ela, como minha auxiliar direta – função a que acabava de propor‑se – “tomaria emprestada” a minha voz, para enunciar por mim, como se fora eu mesmo. Do ponto de vista operacional, integraria naturalmente na dicção memorialista, quer textos concluídos e editos (ou inacabados e inéditos) por mim compostos, quer pequenos trechos, frases, as vezes até mesmo expressões captados, aos bocados, nos meus incontáveis fragmentos e anotações, cartas e artigos.
Adotada esta estratégia narrativa, evidentemente eu teria de prever a presença no relato das rememorações do discurso epistolográfico, recém evocado, até ao do quase relatório, do artigo de imprensa, da anedota, que contribui de modo leve para o reviver de uma atmosfera de época, bem como o de pendor avaliativo, ao apresentar pessoas ou obras literárias, exibindo sempre as marcas próprias do discurso memorial, que indiciam um voltar‑se para um tempo represado e cheio de conteúdo.
Mas não há dúvida de que eu teria também de prever uma aceitação, sem possibilidade de discussão, de construções sintáticas a que sempre fora profundamente avesso, como as notas marginais que fiz ao ler Canaã, do meu amigo Graça Aranha, testemunham…Chamo agora a atenção dos possíveis leitores do século XXI para a concretização a que cheguei. Se nas páginas que se seguem se inscreve a leitura de um dado tempo, o meu, fatalmente também se insinuam, entre os dos meus amigos, muitos traços de mim próprio. E creio poder adiantar também que o relato de alguns descontínuos passos autobiográficos, insinuando‑se, ou não, na evocação de meus contemporâneos, acabarão por revelar um Jaime Batalha Reis, sempre provisório…
Sobre a autora:
Elza Miné possui graduação em Letras Neolatinas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1957), Doutorado em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (1970), Pós Doutorado no King’s Colege da Universidade de Londres (1972-1973), Livre Docência pela Universidade de São Paulo (1991), onde atualmente é professora colaboradora (aposentada) da Área de Pós Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo. Foi professora convidada da State University of New York at Stony Brook (1979- 1980), onde também atuou como consultora curricular estrangeira para assuntos luso-brasileiros. Foi também professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários na Universidade do Estado de Mato Grosso (2013-2017). É pesquisadora Senior do CNPq. Suas atividades de docência e pesquisa realizam-se, notadamente, nos campos da Literatura e Imprensa no século XIX (Brasil e Portugal), da produção jornalística de Eça de Queirós, das relações da Geração de 70, especialmente Eça e Batalha Reis, com o Brasil, e da Crítica textual (autores modernos): edições críticas e comentadas. É membro do Conselho Editorial da revista Queirosiana, da revista Via Atlântica, USP, e do Conselho Cultural da Fundação Eça de Queirós, Tormes, Portugal.
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