Adinkra
Podemos contemplar, finalmente, o significado da África no Brasil para além da ótica das visitas ocasionais ou das raízes e tradições que sempre estiveram presentes, porém não necessariamente visíveis ou acessíveis àqueles que não tenham interesses específicos exclusivos a certos projetos ou ocupações. O presente volume vem destacar o universo filosófico e estético asante que se tornou patrimônio de todo o país de Gana e depois viajou ao outro lado do mundo. Ao trazer os adinkra ao leitor brasileiro, os organizadores deste volume nos propiciaram um recurso exemplar que muito contribuirá para fertilizar o terreno de consciência sobre as cosmovisões da África continental e o seu significado para o Brasil e para as sociedades do hemisfério americano. Este começo assinala boas perspectivas para uma nova apreciação da arte e da filosofia africanas no Brasil. Aqui temos um volume acessível que deve oferecer alimento para o intelecto e para os olhos.
Realmente, este é um significativo passo a frente no caminho histórico forjado por construtores de estrada ganenses e outros que procuram trazer a filosofia e a estética do adinkra a uma audiência mais ampla, para além de Gana e da África Ocidental. Certamente, é no espírito tradicional de reunir o conselho e espalhar suas conclusões que os organizadores deste volume introduzem a sabedoria dos adinkra em um novo ambiente de compreensão. Aqueles que abrirem este livro irão se deparar com os caminhos múltiplos do aprender que o adinkra oferece.
A sabedoria, como os ganenses costumam dizer, não é uma mercadoria para ficar trancada no estojo. Que os leitores desfrutem da elucidação e do prazer estético do conteúdo deste volume!
Anani Dzidzienyo (historiador e cientista político ganês)
Onde adquirir o livro: Editora Cobogó
Sobre os organizadores
Elisa Larkin Nascimento, mestre em direito e em ciências sociais pela Universidade do Estado de Nova York e doutora em psicologia pela USP (Universidade de São Paulo), dirige o Ipeafro (Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros). Idealizou e organizou o curso “Sankofa: Conscientização da cultura afro-brasileira” na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). É curadora do acervo de Abdias Nascimento e autora de O sortilégio da cor (2003) e Sankofa: Matrizes africanas da cultura brasileira, 4 vols. (2008-2009).
Luiz Carlos Gá é artista plástico, bacharel em design gráfico pela Escola de Belas Artes da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Foi professor de design gráfico na Escola de Artes Gráficas do Senai, na Escola de Belas Artes da UFRJ, nas Faculdades Integradas Silva e Souza e na Universidade Estácio de Sá. Integra várias organizações do movimento social afro-brasileiro e foi presidente do Conselho Executivo do IPDH (Instituto Palmares de Direitos Humanos).
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