Não mais Hiroshimas
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Hiroshima, todos sabem, ou não deveriam esquecer, é uma cidade situada ao sudoeste da província de mesmo nome na região de Chugoku do Japão. O que talvez nem todos saibam é que ela era conhecida como a ‘capital das águas’, pois se localiza no delta do Rio Ota e de seus seis afluentes.
Como os números se atraem, no dia 6 de agosto de 1945, quando a Segunda Guerra Mundial já estava terminando, Hiroshima foi alvo criminoso e desnecessário da primeira bomba atômica lançada sobre civis na história da humanidade.
A engenhoca diabólica foi transportada por um bombardeiro americano pilotado pelo coronel Paul Tibbets Jr., que tinha 30 anos na ocasião e havia se preparado desde fevereiro de 1945 para a missão da sua vida.
Ele escolheu pessoalmente o quadrimotor B-29 e o batizou de “Enola Gay” em homenagem à sua mãe. Em nome do governo americano e honrando sua mãe que lhe dera a vida, ele matou mais de 200 mil pessoas naquele dia.
Um edifício projetado pelo arquiteto checo Jan Letzel e que era o Hall de Exposição de Produtos Típicos da Província foi uma das poucas construções que sobraram no meio da devastação apocalíptica. O que foi preservado desse edifício transformou-se no Memorial da Paz de Hiroshima, e se tornou um monumento destinado a conservar viva a memória do horror da bomba atômica. “Não mais Hiroshimas”, diz o lema atual da cidade.
A mãe de Paul Tibbets entrou para a história da (des)humanidade. Graças a seu querido Júnior.
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Edson Cruz é escritor e editor do portal MUSA RARA (www.musarara.com.br). Graduado em Letras pela USP, publicou quatro livros de poesia, uma adaptação em prosa do clássico indiano Mahâbhârata e um livro de depoimentos sobre o que seria a Poesia. Seu livro Ilhéu (Editora Patuá) foi semifinalista do Prêmio Portugal Telecom 2014. Em 2016, lançou O canto verde das maritacas (poemas, Editora Patuá). E-mail:sonartes@gmail.com
9 agosto, 2018 as 10:47
20 agosto, 2018 as 16:05