Genealogia da Moral
Chicago, 29 de novembro de 2014
I. Além do princípio do prazer
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Conhecemos a natureza do prazer?
Conseguimos imaginar a que extremos a voracidade do prazer pode chegar?
Vocês já ouviram falar de Tiger Woods, o grande campeão de golfe, não é mesmo? Anos e mais anos dedicados à rotina de treinamentos – ao puro aperfeiçoamento.
Quem pensa que Woods queria superar os demais conhece muito pouco sobre o que é crucialmente humano.
Talvez, no início, para superar o fato de ter sido carregador de tacos – e de ser um negro em meio à casa grande –, bom, aí o jovem Tiger talvez carregasse essa cicatriz junto com as gorjetas.
Aliás, essa cicatriz jamais deixou de jorrar pus.
Só que, por algum motivo – vocês sabem me explicar de onde isso vem? –, essa sensação de humilhação e a necessidade de dizer amém, vejam só!, passaram a chicotear Woods para empurrá-lo adiante, para projetá-lo ainda mais além.
Só sente isso quem, em algum momento, deixou de respirar o ar suado e extenuado do populacho para, lá de cima, da cobertura, ser tomado pela vertigem da imensidão – a vertigem de poder despencar, a vertigem de poder ser derrotado por si mesmo.
Quem sempre esteve no topo – quem foi posto no trono por nascimento, isto é, pela inércia do privilégio – sequer desconfia de que seres impetuosos transformam o pus em sêmen e o rancor em sentido para o prazer que há de vir.
Ah, se há de vir!
Claro, claro, isso tudo é a exceção do que, por si só, já é excepcional.
Mas, vejam só!, nem mesmo o Zé Ninguém aceita a própria imbecilidade.
Se assim fosse, o Zé Ninguém não aprumaria as orelhas de asno para descobrir que Sir Tiger Woods acaba de traçar mais uma top model sueca.
E se eu disser a vocês que o Zé Ninguém só consegue transar com a esposinha por quem não sente mais desejo algum por conta das conquistas de Tiger Woods?
Em verdade, em verdade lhes digo: aquele que obedece, o capacho, não se limita a introjetar as ordens.
Se, por um acaso, o capacho também mandar em alguém, Deus meu!, nada poderá conter a vaidade de um tirano de repartição e o ressentimento de um gerente ditador.
Quando menos percebe, o capacho começa a se apropriar das conquistas que não obtém – “o meu chefe faz isso, o meu chefe faz aquilo, o meu chefe manda prender, o meu chefe manda soltar”.
Quem pensa que o voyeur se masturba apenas com o pênis e o clitóris conhece muito pouco sobre o poder.
A hierarquia jamais existiria sem cúmplices.
A hierarquia jamais existiria sem orgias.
Pois muito bem: o carregador de tacos se torna campeoníssimo mundial de golfe.
Súbito, todo o treinamento se torna estúpido.
O campeão pode ter mais ou menos consciência de tudo isso – tanto pior se ninguém lhe tiver alertado –, mas alcançar o cume é o início do desespero.
E vocês pensam que Woods começa a trepar como um maníaco com as mulheres mais deliciosas apenas para ejacular dinheiro e prestígio?
Em verdade, em verdade lhes digo: a fúria precisa ser domada, a fúria precisa de uma direção.
A fúria e o ressentimento jorram de vez em quando, Tiger fica trêbado e é chupado por um harém de arianas na suíte presidencial, mas Woods precisa ser aquietado.
A mão de Tiger Woods treme quando o treinamento já não faz sentido – é angustiante ter apenas a si mesmo como grande rival.
É aí que agonia drena o campeão para o subsolo de qualquer conflito: a vontade – e o medo.
É fácil e imediato pensar que Woods se tornou um maníaco sexual porque toda a sua energia ficara represada durante os anos de treinamento.
Espinhoso, na verdade, é acompanhar a cavalaria do prazer, é dissecar o que se alimenta de quem quando o poder nos reduz ao vício do exercício do poder.
Tiger Woods se interna em uma clínica de reabilitação – ou melhor, apaziguamento – sexual.
(Os gestores e terapeutas foram unânimes ao decidir que a abstinência compulsória acabaria com o priapismo.)
Após a administração da estiagem, Tiger é submetido a um novo treinamento, ainda mais castrador, para retornar aos campos de golfe – e a novos contratos de publicidade e a novas modelos e a novas temporadas em clínicas de trégua sexual.
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II. Ética aos tataranetos dos tataranetos de Nicômaco
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Vocês torcem o canto da boca como se estivessem sorrindo quando alguém lhes canta uma vitória?
Nada é mais fácil do que consolar alguém durante o luto.
Eu quero ver, na verdade, o abraço franco pela conquista do amigo, a felicidade ampla (e desinteressada) sem que a inveja se insinue pelos olhares de revés.
De fato, a cartilha do que há para dizer é viciada e vazia tanto no luto quanto na vitória.
Mas vocês já repararam que os amigos são mais eloquentes para consolar a dor do que para estender a mão àquele que consegue se realizar?
Quando eles dizem “não é nada mais que o merecido”, uma lógica subterrânea faz com que o ressentimento arremesse a conquista contra si mesma.
Se o “merecido” já estava como que traçado, toda a insegurança e toda a contingência da conquista são postas de lado em função do resultado finalíssimo.
(É claro que os amicíssimos jamais deixaram de participar dos solavancos da travessia, não é mesmo?)
E o “nada mais” tenta tornar comezinha toda e qualquer entrega.
“Não é nada mais que o merecido”, vale dizer, por que tanto barulho por (quase) nada?
É claro que, quando o campeão não estiver presente, os amigos dirão para seus respectivos amigos que, ora!, nós somos os melhores amigos do campeão – nada mais que o merecido, não é mesmo?
E é claro também que, se a vitória não tivesse acontecido, os aamicíssimos poderiam exercer, já sem os olhares de esguelha e com muitos sorrisos de soslaio, a mais ampla (e eloquente) solidariedade, não é mesmo?
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III. Atos dos Apóstolos
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Eu me lembro de que, certa vez, passei horas a fio ouvindo uma composição do húngaro György Ligeti: Musica Ricercata II: Mesto, Rigido e Cerimonale.
Eu ficara muito impressionado com a obra De olhos bem fechados, do bom e velho Stanley Kubrick, e então me embrenhei à exaustão por aquelas notas mínimas e trágicas ao piano que fazem parte da trilha sonora do filme.
Acabei descobrindo uma entrevista de Ligeti em que o músico fala sobre a composição de Musica Ricercata.
Cada nota, aguda e afiada como um punhal, era como uma facada no coração de Stálin, o Senhor do sítio à Hungria após a Segunda Guerra Mundial.
Pois muito bem: imaginem Ligeti encalacrado em seu estúdio – parte homem, parte piano – a compor a música que, se difundida, o deportaria sem mais à Sibéria.
Foi então que o desespero me tomou: ora, se Ligeti realmente queria assassinar Stálin, por que ele não tentou nada?
Não, não, não me tomem por um lunático, ninguém aqui está subestimando a polícia política de Stálin – eu ainda não intimei moinhos de vento a duelos e nem comecei a rasgar as notas de 100 dólares que não tenho.
Em verdade, em verdade lhes pergunto: por que Ligeti não sabotou a acústica dos anfiteatros, por que ele não envenenou o café do burocrata do Partido responsável pelo setor musical?
O que me angustia nos estetas é a noção de que as ideias são imortais e de que a ficção pode transformar a realidade sem que nos ponhamos em ação.
Em verdade, em verdade Mefistófeles nos diz: “No princípio era o Ato”.
(O que me alivia nos escritores é a noção de que a ironia é mortal e de que a ficção pode se esgueirar pela realidade sem que nos ponhamos em ação. Em verdade, em verdade lhes digo: “No princípio era o Verbo”.)
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IV. Confessions of a Brazilian Opium-Eater
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Imaginem um viciado cuja monomania são as mulheres.
Imaginem que tal ginomaníaco tenha escrito suas confissões.
Imaginem que tivemos acesso a um fragmento das inconfidências.
Assim falou Ricardo Vidal:
“Não tenho irmãos.
Até hoje não sei se meus pais ficaram surpresos com a minha vinda.
Ah, mas é claro que minhas analistas tentaram escarafunchar tudo isso na tentativa de derivar o meu furor sexual de um (suposto) complexo por (supostamente) ter sido um filho não planejado – e, eventualmente, não quisto.
Na típica hermenêutica da análise, a (suposta) vítima internaliza a culpa que, se houvesse, na verdade seria dos pais; assim, o ódio da criança mal-vinda se volta contra os pais em um sentido bem peculiar.
Para a análise, o tempo não segue cronologia estrita, ele se revolve sobre e contra si mesmo como um novelo de lã; assim, narcisicamente, a criança tornada adulta passa a se flagelar:
(i) Para reproduzir o juízo negativo dos pais sobre si mesma;
(ii) Para chamar a atenção dos pais sobre si mesma e, na medida em que se mutila, para arremessar contra os pais a culpa que também é – ou melhor, seria… – deles.
É assim que minha ginomania é reduzida a um complexo de culpa e narcisismo, a um emaranhado de prazer e dor.
Tal análise, a meu ver, padece por conta dos seguintes nódulos de frigidez:
(i) Minhas analistas são casadas;
(ii) Minhas analistas têm filhos;
(iii) Será que minhas analistas ainda não contrataram uma babá para cuidar dos filhos enquanto elas e os maridos analisam uma casa de swing em Moema?;
(iv) Minhas analistas não sabem o que me responder quando, após desnudarmos o hedonismo de nossa época, eu lhes pergunto: mas por que e em nome de que eu deveria refrear a minha ginomania?;
(v) Quando minhas analistas começam a olhar para a minha braguilha, ‘a sessão terminou por hoje, Ricardo’”.
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V. O navio como o elogio do naufrágio
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Imaginem um verdadeiro jogador em frente à roleta de um cassino.
Ele não come e não dorme há dias, nada pode tirá-lo dali.
Quem acha que ele quer ganhar ainda não entendeu o que está realmente em jogo.
Uma pessoa normal ganharia um montante qualquer – ou, com sorte, uma bela quantia – e, sem pensar meia vez, fugiria do cassino e colocaria os trocados na poupança ou, no máximo, em uma aplicação de renda fixa.
É claro que esses não são os verdadeiros (e raríssimos) jogadores.
O jogador não conhece a quietude.
O jogador já se fundiu, há muito tempo, à fúria de suas apostas.
O jogador se dilui em suas fichas – vejam bem: o jogador mal vê o dinheiro, o dinheiro não passa de uma abstração, o que ele tem diante de si são suas fichas e a roleta.
Para o jogador, tudo o mais já se transformou no giro incessante da roleta, ele mal consegue respirar se a roleta não estiver girando.
Mas aí vocês poderiam me perguntar:
– Ora, o que está em jogo, então, se não se trata de ganhar uma bolada?
Em verdade, em verdade lhes digo: o que está em jogo é a vertigem, o que está em jogo são os culhões do camarada que já foi tragado, há muito tempo, pela dinâmica de suas apostas.
Quem aposta não aposta para ganhar.
Quem aposta aposta para apostar de novo – e ainda uma vez e sempre.
E tudo, absolutamente tudo, se concentra no momento imediatamente anterior ao croupier revelar quem é o ganhador – e quem engrossa a multidão dos derrotados.
O momento que antecede a abertura das cartas e o término do giro da roleta é crucial.
Nesse momento, agora!, o jogador encarna a expectativa do general diante da batalha e o ímpeto de Colombo pelo continente: ele não pode precisar o que vai acontecer, mas, como um tufão que arrasta o que estiver no caminho, ele quer arriscar tudo – o jogador só se sente efetivamente dono de si mesmo à iminência de perder e se perder.
O jogador quer ganhar e se diluir.
Tudo o que é sólido deve se desmanchar no ar.
A liquidez exige a volubilidade do que é líquido: o líquido se adapta à forma do recipiente, o líquido extravaza a forma do recipiente.
O jogador não consegue ficar represado, o jogador não pode ser julgado como um mero patife e um mentiroso contumaz – o blefe é essa torção da realidade que precisa jorrar mais, que precisa render mais.
E para que render mais?
Para que haja ainda mais, para que a enchente seja inundada pelo dilúvio.
Imaginem um navio que, por si só, prenuncia o elogio do naufrágio – eis o jogador.
Não é nada casual que o verdadeiro jogador aposte até o molar de ouro no baralho e na roleta.
Não é nada casual que o verdadeiro jogador se enforque quando o croupier sentencia que, sem apostas, game is over.
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VI. Après moi, le déluge
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Todos vocês já ouviram falar de Lavrenti Beria, o braço esquerdo de Stálin, não é mesmo?
Georgiano como Stálin e chefe do temível NKVD, a polícia política à época, Beria esteve à frente de inúmeros expurgos e assassínios.
Quando as masmorras lhe davam trégua, o mandachuva percorria as avenidas de Moscou guarnecido por seu blindado e exigia que o motorista parasse ao menor sinal de uma beldade.
A bola da vez era sovieticamente convidada a entrar no carro sem quaisquer chiliques – ninguém ousaria provocar a suscetibilidade de Beria.
Consta que o braço direito de Stálin mantinha duas coleções em seu gabinete na Praça Lubianka, sede do NKVD:
(i) Sobre as paredes, havia animais empalhados, fuzis AK-47, granadas, espadas e punhais caucasianos;
(ii) Sob os múltiplos e imensos retratos de Stálin, havia um sem-número de fotos e calcinhas das camaradas que Beria amealhava em seus passeios.
(Havia uma terceira coleção que sequer os abortos clandestinos deixaram de parir: os filhos bastardos de Beria.)
Caro leitor, cara leitora, que cordão umbilical ata as camarilhas aos haréns?
Aqueles que acusam Beria de ser um celerado e pervertido provavelmente nunca ouviram falar de um tal de Marquês de Sade.
O que será que acontecia nas sacristias e nas antecâmaras dos palácios da corte francesa?
Quando, à beira da morte, Luís XIV decretou “après moi, le déluge” [“depois de mim, (que despenque) o dilúvio”], os cortesãos e as cortesãs transformaram Versalhes na Nova Sodoma e, em homenagem ao crepúsculo do Rei Sol, o clero e a nobreza desnudaram o orgasmo à francesa como la petite mort.
(E pensar que os defensores da genealogia da moral tiveram a pachorra de propor o impeachment de Bill Clinton por conta de uma mera chupeta…)
Cara leitora, caro leitor, que dizer de Nero?
Nero só pode ter sido um completo sociopata, não é mesmo?
Se todos os caminhos levam a Roma, o que teria levado o imperador a incendiar o coração de seu próprio poder?
Tal pergunta nos leva ao cordão umbilical que ata as camarilhas ao êxtase da petite mort.
Imaginemos que Nero já conhecesse, séculos antes de Maquiavel, todas e cada uma das alíneas da tomada e da manutenção do poder.
Imaginemos que o imperador houvesse suprimido todas as dissensões e que ele houvesse arremessado os descontentes uns contra os outros para que o trono pairasse incólume sobre quaisquer escaramuças.
Para quem tem a tudo e a todas ao alcance de um estalar de dedos, qual será o próximo desejo?
Deixemos de lado a imaginação plácida e comezinha para acompanharmos Nero pela alcova escatológica do poder: não se trata de imaginar o que faríamos se tivéssemos um pouco mais de dinheiro e tempo livre.
Levemos o arbítrio às últimas consequências para realizarmos todos e cada um de nossos desejos, do mais ordinário ao mais sórdido e recôndito.
Como absolutamente nada escapa ao imperador, só falta a Nero uma única conquista: a imortalidade.
“Será possível que Roma sobreviva a mim?”
“O sol voltará a nascer depois de Nero?”
O poeta e dramaturgo Terêncio já sentenciara:
“Eu sou humano e, portanto, nada do que é humano me é estranho”.
Nero ordena que o exército cerque Roma.
Nero sobe à colina mais elevada de Roma.
Quando o polegar do imperador se volta para o solo, os soldados ateiam fogo em Roma.
Nero não levara para sua colina nenhuma das regalias da corte.
Consta que, enquanto assiste à combustão de Roma, Nero está nu e só faz beber água.
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Flávio Ricardo Vassoler é escritor, professor universitário e autor de “Tiro de Misericórdia” (Editora nVersos, 2014) e “O Evangelho segundo Talião” (Editora nVersos, 2013) e organizador de “Dostoiévski e Bergman: o niilismo da modernidade” (Editora Intermeios, 2012). Durante o mestrado em Teoria Literária (2008-2010) pela FFLCH-USP, o escritor Fiódor Dostoiévski fez com que Flávio Ricardo se embrenhasse pela Rússia, durante um ano (2008-2009), para aprofundar, junto à Universidade Russa da Amizade dos Povos, em Moscou, o aprendizado da língua que as “Memórias do Subsolo” legaram a Stálin. Agora, durante o doutorado em Teoria Literária (2012-2015) pela FFLCH-USP, Dostoiévski e a dialética fazem o autor nômade migrar novamente, desta vez para a fronteira oposta da Guerra Fria: entre setembro de 2014 e agosto de 2015, Flávio Ricardo realiza um estágio doutoral junto à Northwestern University, em Evanston, Chicago, nos Estados Unidos. Segundas-feiras, quinzenalmente, o autor apresenta, a partir das 22h, o Espaço Heráclito, um programa de debates políticos, sociais, artísticos e filosóficos com o espírito da contradição entre as mais variadas teses e antíteses – para assistir ao programa, basta acessar a página da TV Geração Z, www.tvgz.com.br, o Portal Heráclito e o YouTube. Periodicamente, atualiza o Portal Heráclito, www.portalheraclito.com.br, e o Subsolo das Memórias, www.subsolodasmemorias.blogspot.com, páginas em que posta fragmentos de seus textos literários e fotonarrativas de suas viagens pelo mundo.
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