LOZ-BIOCÓSMICO


………………………..“Aleph” (técnica mista – 40 x 45 x 60 cm)

 

O artista chinês Chiu Yi Chih e o artista brasileiro Irael Luziano assinam com o nome LOZ suas obras (escultura, pintura, performance, poesia e vídeo) em torno da proposta da “Metacorporeidade”. Reunindo a produção, publicaram juntos o livro “Metacorporeidade” (Editora Córrego) com prefácio de Cláudio Willer e texto de Luis Serguilha. Suas obras se encontram no www.loz2962.com

 

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As intermitências-da-alagarça-avoadeira-cruviana-cósmica-CETÁCEA-LOZ acrisola-se na efusão órfica das atmosferas ondulatórias, panteístas, multifocais procurando as singraduras sinápticas, os fluxogramas hiemais, os ritmos simultâneos da luminosidade, dos desfibramentos carboníferos, da bivalvia-ganglionar, das pleuras obscuras, da ludicidade comburente do vácuo, das excreções petrológicas, das polarizações da metazoa e das efracções friccionadas-intersensóreas-esfíngicas: eis os ímanes das apneias multimodais escarificadas pelas transumâncias báquicas da METACORPOREIDADE______________ (neurotransmissores poéticos-criptogâmicos-escultóricos-emancipatórios negando o categórico, a logicização, a representação e abrindo-se pendularmente às crisalidações do rumor a-histórico, dos dínamos hidrotermais, das ferroadas subversivas, das línguas inexistentes, das espirais gondolares-uterinas). Os poetas-das-desdobragens-metacorporificantes fundem-se abismadamente/microscopicamente nas aberturas antes das aberturas, na olaria dos estilhaçamentos do deserto, nas absorvências cibernéticas-piramidais do exílio, nas espécies inobjectiváveis das lunações da fenomenalidade, na alta tensão das acrobacias dos viveiros-refractários_____os corpos são espacializados/retraçados nas antecâmaras das convulsões dos transcursos-intraduzíveis: estas disrupções/fundições são urdidas na levitação-descentrada dos algoritmos primitivo-nooesféricos, na ubiquidade dos batimentos do espaço estrangeiro, nos ecos elípticos das fracturas desconhecidas, nas bátegas lucíferas-aborígenes que seduzem a intercorporalidade até ao infinito onde os movimentos recomeçam.

Assim, os poetas-Sisífios-metacorporificantes procuram-se tentacularmente na metamorfose das zimbraduras bio-cósmicas para se esboçarem/re-ligarem ao cântico transmissor das zonas imperceptíveis do livro da Natureza( jogos dos vértices geológicos, cortaduras imunizadoras dos hospícios-cantantes, bordaduras moventes dos mostruários-em-transcrição-lávica): aqui, os poemas/esculturas-das-alcarsinas-permutatórias penetram na anamorfose da astralidade, nos diastrofismos e na evasão da mímica-hiperdimensional-que-talha-hemorragicamente-o-mundo para se re-corporalizar no escapamento das longitudes com as forças afectivas da estranheza captada pelas transfusões das obliquidades-mutantes: observem, as grandezas das transduções hieroglíficas-geodésicas que pulverizam os mergulhadores-anfíbios-LOZ que são já cutelos-picturais-guturais-em-risco-em-falha-em-desvio-zoo-profano-polispérmico-vulvar na tentativa hermafrodita/babilônica-intersticial( potenciómetro das correntezas cataclásticas de Claes Oldenburg):_______intensidade dos fluxos corporais/geomorfológicos__________(articulações extrusivas, morfinas-da-errância-onduladora-polissémica, policristais dos aranéologos, titânios inervados, garimpeiros-dançantes: MAGICATURA caotizadora dos CLÁSPERS da escrita-dançante-LOZ-escavadora-de-biosferas e de energias gravitacionais que extravasam os corpos no espaço emergente): a perspectiva medular da escrita/escultura-do-corpo-em-zonas-contaminadas antropomorfiza-se no anélito jazzístico da negatividade-em-coalescência-pendular: dizem que são as curvidades dos hospícios, os entrecruzamentos dos sorvedouros-PHILOMUNDUS-ARBOREOUS-OSSIVOROUS a trans-espacializarem em si a matéria em fracturação criativa, a abaladura mutilada desassombradamente pela PANGEIA das imanências( o corpo transbiológico no dinâmico des-equilíbrio-em-libertação-incontrolável): perante os acasos abstractos as CÓRNEAS de asas-das-interconexões são atravessadas por cirandas-herbáceas-magmáticas  onde as interrupções dos ecrãs nutritivos da sublimidade, as matrizes fabulatórias e as forças de PROMETEU retraçam o recolhimento da instantaneidade dos MACARÉUS-idiomáticos das performances-LOZ( os astigmatismos desencadeiam coreografias fora de si mesmos e os vazios dos movimentos surgem cenicamente, esteticamente, monstruosamente na irrupção dos corpos_____conectividade estereoscópica com as lavas encordoadas de Zhang Huan): são zonas de escoadas lávicas; reaparições da (im)possibilidade diluviana que se entranham nos questionamentos eternos da corporalidade em de-composição dos poetas/escultores-LOZ______as rasuras das falanges dos alpinistas fantasmagóricos recriam-se nos galopes suicidários-psicodélicos e são continuamente perseguidores  de tapeçarias-osciladoras-de-escrileituras-espectrais( os corpos continuam colossais nas coexistências heteróclitas)________________ululam-se  na superfície do invisível, na confabulação da turbulência devaneadora, nas entoações cinestésicas: há assim a probabilidade de se transformarem na ritmicidade heterogénea do mundo-outro catapultador dos itinerários que entreluzam os homens e os deuses-ausentes( erupções efusivas-bolbosas-tubulares-paleozoicas): daí, as errâncias fisiológicas na tradução-picto-hieroglífica que vivifica as mutualidades das margens da sombra óptica-mineralóide e em refutação, em queda deslizante-clandestina do poema-escultórico(eco-impacto das cataratas em dissimilação): talvez sejam estes espólios quase-humanos-animalizantes os construtores das cegueiras vivificadoras, das teceduras anteriores à tentativa da escrita: sim, estas chicotadas das confluências e das disjunções que reflectem a demudança uranográfica-pigmentada-estriada, as araduras do corpo-LOZ reinventor de corpos-em-avesso-encantatório, de espectros da vazadura do mundo sem pontos de partida e de chegada, porque os entrecruzamentos-surfantes da metacorporeidade acontecem no nó fantasmático das protusões-vulcânicas-membranares, nos multinúcleos-perceptivos, nas subducções crepusculares-dérmicas, nas curvas profanas-eróticas-mimologistas, nas faixas de rompimento, na imersão-emersão tântrica-ciclópica-hederígera: tudo será  tremendamente intercalado na infinidade rítmica-eruptiva da pré-expressão-inapreensível ao re-inventarem as peregrinações do espanto dos hiatos da dança-infinitamente-metacorporificante-transmaterializada-LOZ ______________veemência, regeneração, catástrofe, vórtice dos corpos trespassados pela ausência de si mesmos: corpos que deslizam para fora das suas autonomias, expelindo e prologando espaços: estas interrupções energéticas-movediças-informuláveis que libertam as alterabilidades do corpo catalítico-fissurado-em-plenas-batidas-puntiformes fazem das turbulências luteínicas os entrelaçamentos sedutores da incubação-líquida-ondeante que enfrenta a tensão dos contrários, as mutações e o infinito da transversalização de Chen Wenling: são formas infinitas de vida; vidas imbricadas nas vidas: eis o pensamento do não-pensamento que leva a linguagem ao limite dos limites, à elasticidade/multiplicidade cinestésica e que nos separa da animalidade, estando sempre em caminhada animalizante, porque somos a ignorância do próprio corpo, do próprio poema-da-esculturas-das-performances-LOZ, por isso, nos repetimos na diferença, nos rastos da correnteza giratória de corpos para habitarmos a memória-do-silêncio-desterritorializante: estas circularidades de energias, de transmudações, de censores náuticos-faunígenos alçam as forjas transvazadas de LOZ e infiltram-se na vida, cartografam vidas, expulsam o corpo dos artistas-metacorporificantes para outra vida-caológica-alienígena onde o catastrofismo-regenerador projecta ininterruptamente configurações, fluxos, urdiduras e deslocamentos inomináveis com a velocidade incomensurável do incriado e tudo des-articula espasmodicamente/sucessivamente nos diamantes-gritos-poliédricos-de-LOZ: (as escavações circulares, os lançadores-propulsores do corpo entre corpos dilatadores de espaços onde as extensões das urdiduras dos confrontos do corpoferário com o ovariano arrancam impermanências ao incomensurável do inacabamento e tudo se aglomera-funde-desagrega numa simultaneidade activa de incêndios inoxidáveis do corpo-metacorporificado pelas cargas fisiologicamente paradoxais_______transmudar a metabolização através dos agenciamentos das inervações geológicas): dizer o que não pode ser dito/esculpido com as gestualidades em experiência, reescrevendo a erotização-sinérgica-do-mundo com a rotação dançarina dos boxeadores de desertos-férteis, de órgãos flutuantes onde as interfaces da escrita-escultura-LOZ são o próprio corpo-sismológico, a máquina dançante de atracção e fusão que se liberta naquilo que não existe, liberta-se para longe de si mesma até ao esgotamento obsessivo dos arenários: eis o magnetismo ziguezagueante do imprevisto, das passagens integradoras de ressonâncias: assevero sob as abscissas da ininterrupção______o magnetismo multiangular do impoder está aí, na fenomenologia da expressividade anatómica: resistir, inventando a escultura-performática-poemática, a visageidade com o pavor do mapa cósmico-zoológico-visionário______levar o corpo à saturação das transfronteiras motrizes: estes batedouros de febres metacorporificadoras carregam as superfícies da intrusão, as entropias de Matthew Barney, as ressonâncias nirvânicas, as potências psicotrópicas( singularidade da fragmentação intensificadora de gestos, de músculos, de articulações, de planos sensoriais): sair-galgar-regressar simultaneamente sobre-entre o quase-mundo-em-desdobramento: SIM______o corpo metacorporificante está sempre em transição, em alomorfia entre os anélitos das síncopes das CATARATAS dos pensamentos não pensados que circulam nos nódulos gigantescos-híbridos das arquitecturas-das-ruínas: justaposição dos movimentos anatómicos, anexando estilhaçamentos, i-mobilizações através da expressividade fantasmática dos ferrolhos gongóricos que giram, induzem e arrastam as sequências de olhares-gestuais até à liquefacção excitada das vozes remigradas para a memória imemorável ou serão as forças de obstáculos vivos, dos espelhos oblíquos em confronto com as linguagens-azagaias das babéis queimadas nos espaços rodeados de populações sôfregas, onde se constroem as blástulas petrolífero-zenitais dos escultores do inconcluso?: Batimentos dos discóbolos transformantes das interposições da palavra/escultura, sempre em transdução-LOZ: isto afectará os rumos da transição-da-fisicalidade, os circuitos-dos-territórios-epifânicos, as circulações corpóreas, os ecos das cavidades mnemônicas porque a vida-LOZ acontece como potência do metamorfismo-de-impacto-protoplasmático-afectivo: (variações-e-acelerações-da-musicalidade-semântica-BRUXULEANTE a singularizarem os rascunhos diastólicos das hidras): o interior exteriorizado do corpo-dançarino é um combate de interrogações, de visões flutuantes que sondam os enigmas, o indizível, abrindo fisionomias entre os fraccionamentos cervicais, as rupturas insulares, as dispersões dos ricochetes dos movimentos macroscópicos, as combinações infinitas de jogos das rotas contrárias: esta persuasão no despovoado alvejante do outro de nós mesmos, do fora de nós mesmos potencializa as vizinhanças das correspondências do distante-mais-interior onde o poema-LOZ se suspende e nos suspende e se abre ao vazio labiríntico das viagens inexplicáveis: aqui a escrita/escultura aviva os desvarios na alomorfia negando-se e projectando-se entre subterfúgios diáfanos de uma interface-oscilográfica de abismos-de-acasos: corpo-palavra, corpo-golpe, corpo-babélico, corpo da imprevisibilidade, corpo-sempre-em-planos-de-movimento?: corpos da impulsão instintiva a explorarem a anfractuosidade dos chamamentos primordiais-trans-históricos através dos fluxos-em-semioses-encantatórias, das remadoras do desejo-iminente e das fuselagens do absoluto anexado aos interstícios-dos-corpos-na-retransmissão-das-esculturas que se voltam sobre si próprias e se transformam em possibilidades imagéticas-mágicas-voltaicas: vontade inultrapassável que intervala escarpas metalúrgicas, criando as fendas, as incisuras dos paradoxos, as erosões das cosmografias, o movimento infinito da escrita-escultórica-LOZ: mortífero acossamento da trasladação dos lapsos pan-semióticos que raptam as mutações infinitesimais até à deformidade do irreal que é em si o fóssil em mestiçamento incontrolável-uivante do real): as loucuras giratórias dos predadores-LOZ faz-nos imergir, expandir na infinidade das microtonalidades in-discerníveis da reciprocidade e das interposições dentro dos planos do alongamento da incursão multiperceptiva de Tatsumi Hijikata _______a linguagem dissipa-se, a voz descampa-se, o grito des-consagra, a jubilação caótica infinitiza-se, os turbilhões sonoros desviam a densidade dos sarampos cosmogónicos________tudo é ceifado pelos lodos das centelhas, das amarrações prematuras, das contaminações jungidas às mordeduras das anatomias mudas que ainda predominam na insanidade molecular-ambulante: aqui infiltramos os berlindes dos corpos-em-intermitência na transversalidade das cartografias poéticas-LOZ e tudo se interrompe informuladamente no eco tacteado do pensamento beckettiano: são as forças espélhicas da metacorporeidade em alucinantes sensorialidades, em entrelaçamentos cíbridos-polifónicos que relançam o jazz da hipotaxe e os fragmentos da parataxe misturando as germinações das feitiçarias milenares). VEJAM, o labirinto mutante da autonomia encantatória, a aventura do caos criativo, o holomovimento plurímoda onde tudo está ligado entre si, magicamente, nada está separado___________os desdobramentos da metacorporeidade coreografa a escuta da possível visão dos poetas/escultores-LOZ onde ocultas articulações dos gritos rebatem as fagulhas das construções/DANÇARINAS sem referências: apenas sentimos o inatingível ventre-dos-covis-em-delito, o corpo performático no influxo das conflagrações-artaudeanas-incomensuráveis e a escultura da escultura se descentra oracularmente como uma violenta eclosão dos espectros, das memórias em ruptura: tensão das trajectórias onomatopaicas, cortadeiras astrogeológicas,  transposições sensoriais dos corpos à deriva que se entrecruzam no extremo circunflexo da língua demoníaca talhadeira dos fogos nocturnos, dos fascículos ascéticos, das córneas electrizadas, das elisões atmosféricas: estes desdobramentos do GRITO, do estonteamento dos arqueiros do incompreensível, da experiência das bordaduras dos ritmos corporais transforma-nos numa voz de muitas vozes-lautreamonteanas em deslocamento, numa voz de adelfas impossíveis, de reflexos primígenos vigiadores de atmosferas sangrentas, de corpos segregadores-amodais: sim: acontecemos na metacorporeidade como malhadores de GRITOS, tentando viver nas válvulas multilíngues da obscuridade, que é infinitude dançante, in-correspondências a-significantes, bocejos-de-tigres,  cabeças centrífugas de resistências incandescentes, murmúrios tribais, insubordinados, murmúrios em ciranda, em movimento geográfico de amplitudes variáveis: andadura galopante-criativa_______O LOZ ESTÁ AÍ nas instabilidades, nas paixões que interpelam a incerteza entre as BORDADURAS-de-PROMETEU e a ludicidade tectônica que coloca o corpo nas pedras-humanas do vazio: sim: existir no conhecimento do vazio intermitentemente absorvido por meio da pluralidade das ondas vibratórias: vejam, os tautocronismos desse mesmo vazio arriscado na agoridade que vive das trilhas descontínuas, das dubiedades, das texturas em acoplagem, em des-aparecimento, criando defluxos estéticos entre os leitores-mónadas de LOZ e as lacunas do poema-batedor-de-esculturas-de-perfomances: rochas ígneas e vivificadoras doutras lacunas, doutros espaçamentos esboçados nos desvios, no confronto das efracções: arrancar o sangue da cilada das palavras magmáticas e a repetição predominará SEMPRE no recomeço molecular do prazer: as palavras/ESCULTURAS lançam outras palavras/ESCULTURAS na sua comensuração babelesca, na obscuridade mandibular do pensamento que se torna visão do mundo-sem-cronologias( respiradouros fotovoltaicos do AION possuidor da sabedoria do ATLAS):linhas do mundo por detrás das velocidades das imagens-sensório-motoras onde os artistas-do-LOZ em forma de grito-esgotante correm todos os riscos para se absorverem e circularem no fulcro das desordens, no conhecimento do corpo das macro-percepções (tornar o corpo num movimento teratológico): os poetas-LOZ ficam interrompidos no despenhadeiro bicéfalo e transformam o instante fulgurante das superfícies do desejo em perfomances mescladas de gárgulas-quimeras e escritas escorregadias que se consubstanciam noutras esculturas alucinantes: visão feita de olhares recuados até às sonoridades criptografadas para se redobrarem e caotizarem nos prolongamentos bidimensionais: alvoroço dos metâmeros circulares e plasticização das esferas das tentativas metacorporificantes): rasgar e sobreviver com as epifanias de vida e da vida: uma voz das vozes dança no inexplicável sobre a geometrização dos movimentos-outros-corporais( corpos no espaço tensionado explorando interrupções assignificantes e rotações energéticas que sobressaem das anatomias retraídas): confluência de fluidos sígnicos, de olhares inimagináveis que se recriam entre as flutuações labirínticas e o glamour contínuo da violência da explosão cambriana: a palavra-LOZ vive na incorporação-que-é-em-si-rupturante, movendo o leitor-de-LOZ para fora da história, da biografia, porque ele é já a escritura da imprevisibilidade-em-experiência, diluidora de limites, de fronteiras   (escoamento e atomização dos gestos: recomeçar na máquina de pensamentos em dissipação):___SIM_____exponho: a metacorporeidade acontece dentro da im-possibiidade em sedução, da negação tatuada do invisível, da emergente rasura, da mobilidade táctil-sensorial, que é simultaneamente metaformose, transferência, caminhada e destruição de itinerários: transição da luz obscura ou desordem de todas as fronteiras-das-sensações: desdobramentos dos corpos em fluxos infinitos: correntezas de estranhamentos, de hibridezes voltaicas, de interstícios polinervados, de conexões vociferantes, de olhares em incompletude e que, além de tudo, se atravessam nas forças coreográficas para projectarem as des-continuidades do mundo babilônico, as reflexividades de cisões ecléticas, o alfabeto a-gramatical, as multidões suspensas, as  sombras polirrítimicas, as zonas desfocadas: transformar o corpo do dançarino-interseccionado num golpe de vários fragmentos estéticos, noutro dançarino-cantante-cósmico (transe do inacessível, PLASTICIDADE intervisual, performance topológica): dançarino de constelações interrogativas, de cicatrizes incomensuráveis (êxtase das tonalidades traçadoras de acontecimentos hipersensíveis): dançarino de olhares arqueológicos de outras visões futurizadoras-espectrais( dançarino em síncope espaciológica-tipográfica, sem avisar________resistindo e construindo desertos).

Na metacorporalidade o AION bate no sangue descentrado e a floresta semiótica-em-devir da performatividade-LOZ faz a sua necrotomia com a vida inatingível que é sensação-tripulante de híbridas catedrais de silêncio, de sopranos-cósmicos recolhidos por corpos não-definidos( arte cinética-oscilográfica a ressoar na des-sincronização: caminhadores de entrecruzamentos, de misturas imprevistas, de fluxos incessantes, de esculturas em fusão, que se recriam nos ecos da desescrita, da fungosidade,  das holoesculturas em fricção): LOZ é a síncope do deserto, o som das dobras, o excesso-expansão da memória OU o chocalho da não-memória sobre os vulvários remigrados( sinergias-LOZ incarnam os corpos segmentados-membranosos,  os arrancamentos às sensações e os des-centramentos do excesso da tagmose): perante as cenografias barrocas-multiespectrais a metacorporeidade intensifica as migrações parapsicóticas-heterogéneas-pigmentadas: os artistas reconstroem-se com as várias aproximações da falta, da intensidade das possíveis rotas, das danças do insondável e povoam-se loucamente com as multiterritorialidades, com a violência dos acontecimentos cosmovisionários(galgadores multinucleados, espacializados): os dançarinos-LOZ estão aí____nas distribuições nômades de abóbadas, de brotamentos de pasmo, de transes rolantes, de curvas deformadoras, de varais-ciclópicos e vão cegos sobre as pulverescências da performance-do-mundo; caminham cegos nas trilhas fungiformes, no inacabado bio-corpóreo, buscando lucarnas ao jogo estético, aos perpétuos renascimentos das alcarsinas-das-alcarsinas, às fecundações hipnóticas-vibradoras-movediças do corpo araneiforme (o tempo e o espaço carbonizados pela tragédia do equívoco, pelo toldo dos lapsos, pela retradução das faíscas-das-cavidades-cambiantes: (persevero_____AION  ressangrará cheio de gomações, de artrópodes, quelíceras, pedipalpos): os dançarinos-LOZ são o golpeamento neurálgico do olhar-rotativístico_______mutações  movediças estético-cientificas, mutações navegáveis-polissémicas______correlações ondulatórias( tudo é projectado para as valvas da violência do fora, do fora estriado, criador de esferas-articuláveis-intermitentes: texturas, junção de ventres-cartográficos que se desdobram entre perturbações tensionadas onde os signos-fungícolas re-dançam e fluidificam-se nas interferências das alçapremas)._____sim_____a metacorporeidade está aí______nas fendas heterogéneas de infinitos movimentos, nos esqueletos graníticos, nos brumais-estelares, nos trilhos astrológicos( flutuadores piramidais-falciformes dedilham geometrias no subsolo-astrográfico): um tragadouro do devir, de capturas transformadoras, contagiantes, miscigenadas, criando possibilidades nas bordas das sombras, nas transposições das diferenças ( crueldade reptilínea dos obstáculos onde os golpes flexuosos batem em risco nas vacâncias do acaso e tentam sondar o imperscrutável): uma mutação eruptivo-clandestina, um vórtice do grito em constante catástrofe, em permanente renovação e as redobras das superfícies nos levarão para o não-saber, através da transmigração estética do imaginário ou serão as molduras espectrais que nos transportam para a disseminação dos olhares do precipício, para o absurdo inexorável, para as jangadas das luminárias? Ou serão os infaustos, os ilogismos, as escumas das cosmogonias? Ou serão os traçados permutadores dos calígrafos de hemoglobinas em rebentação?

Tudo poderá regerminar nas tatuagens do invisível, no ritmo indefinível das sensações, dos rastos das imanências, das latências cromáticas, construindo a experiência das raias da claridade na obscuridade (estilhaçamento em permutação no interior do próprio LOZ, avançando e gerando forças atmosféricas, incisando e conectando a dinamite indutora dos performers das extremidades que esperam obscurecerem-se: ganchos de uivos intangíveis: imagens-travessias fractalizam o inabordável com o embate simbiótico-transfronteiriço): LOZ reconstrói os mantos circulares num jogo de forças cartográficas, de sombras-écrans onde provavelmente surgirá a ritmicidade de uma visão intra-peninsular( dinâmica fusão fisiognômica dentro da cratera de Krubera-Voronya): a visão que desaprende, infiltra, traça e rebenta os horizontes com a antecipação desorientadora das palavras/ESCULTURAS-MOVENTES: as palavras adensadas de nidações intraduzíveis sob as miríades do corpo-das-águas-lóticas: as esculturas-do-corpo-LOZ oscilam, giram, retorcem-se e vazam em  espontâneas dissecações-da-animalidade-criativa ou será uma hulha de sangue nas entranhas dos cegos-em-circularidade-uterina?__________(espirais acopladoras de incandescências venenosas, partículas ancestrais das esculturas-moventes)________impossibilidade de falar, tensão no dizer, escoamento onomatopaico do grotesco:__________o reverso propõe a INFRA-LÍNGUA da vida e liberta-se da possessão da figura; as povoações permutadoras de inventividades esmaltam-se na procura fulgurante da voz-inverbalizada: a voz salta no espasmo e volta-se dentro de si própria: o grito se curva e se espreme para se albergar no engulho dos espelhamentos. Vejam, a experiência estética a renascer no informulável murmúrio do mundo. A potência da indiscernibilidade e da indecifrabilidade-LOZ.

 

 

 

 

 

 

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Luis Serguilha é poeta e ensaísta. Autor de 14 obras de poesia e ensaio. Participou em encontros internacionais de arte e literatura. Alguns dos seus livros: Embarcações (2004); A singradura do capinador (2005); Hangares do vendaval (2007); As processionárias (2008); Roberto Piva e Francisco dos Santos: na sacralidade do deserto, na autofagia idiomática-pictórica; no êxtase místico e na violenta condição humana (2008); KORSO (2010); KOA’E (2011); Khamsin-Morteratsch (2011); KALAHARI ( 2013) estes seis últimos em edições brasileiras. Possui textos publicados em diversas revistas de literatura e arte. Criador da estética do LAHARSISMO e responsável por uma colecção de poesia contemporânea brasileira na prestigiada Editora Cosmorama (Coimbra-Portugal). Pesquisador da Poesia Brasileira Actual. Foi um dos Curadores do Encontro Internacional de Literatura e Arte: Portuguesia Curador do RAIAS-POÉTICAS: Afluentes IBERO-AFRO-AMERICANOS de ARTE e PENSAMENTO. E-mail: luisfserguilha@gmail.com

 




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