Entre a Rosa e a Camélia



.
Uma Leitura de Teresa e Emma


1. Breve Panorama Histórico da Situação Feminina

A milenar opressão feminina é um dado histórico incontestável: corpo e alma da mulher como alvos de desconfiança permanente em uma sociedade misógina e assombrada com os segredos das filhas de Eva. Ocidente e Oriente unânimes na necessidade de repressão desse Outro desconhecido e ameaçador: a mulher, parideira e nutriz como a própria Terra, da mesma forma saqueada e violentada vorazmente no longo e violento percorrer da humanidade em marcha pela hegemonia da sociedade patriarcal.

Da mulher foi roubado o próprio corpo. Demonizado pela religião, de Pandora à Eva, seria ele a porta de todos os males que afligem o mundo, o corpo feminino como o gerador de todo pecado. Da mulher foi roubado o próprio riso, esgar ferindo o pudor e as convenções, suspeito sempre de transgredir as normas. A mulher “alvoroçada” deve servir de alerta: muito riso é sinal de pouco siso. Da mulher foi roubada a própria voz: com exceção dos fragmentos de Safo e alguns outros poucos excertos, a mulher foi sendo dita, escrita e descrita sempre pelo olhar, escrita e percepção masculina. Seja na Bíblia ou no Alcorão, seja no Malleus Malleficarum, manual de caça às bruxas de 1487, ou em obras de ficção, o feminino foi sendo escrito sob o signo da desconfiança, do escândalo e do pecado. E, se contrapondo à mulher real, o olhar masculino criou personagens inverossímeis, deusas de pés de barro: por um lado, a mulher ideal como um poço sem fundo de virtudes e paciência, guardiã da honra e defensora da ética machista, aquela que, vestida de sol, pisa a serpente; do outro lado, a pecadora, prostituta, grande Babilônia na qual se perdem os filhos de Deus. Entretanto, entre santas e putas, entre fogueiras e mordaças, a mulher reconquista o seu ambiente: eppur si muove.

O século XIX, no Ocidente, será o palco das mudanças profundas que atingirão também as relações de gênero. O avanço do capitalismo somado às descobertas científicas e à efervescência dos meios culturais contribuirão para a arquitetura de uma outra relação entre homens e mulheres e, principalmente, das mulheres consigo mesmas. A dicotomia e a violência permanecem, porém elas são agora pinceladas de outras tensões. A mulher do lar é um ideal burguês, mas nos meios populares ela passa a ser também provedora e, em pouco tempo, estará disputando mercado de trabalho com o homem. Anjo do lar, a mulher burguesa ocupa-se do gerenciamento (inclusive econômico) da casa, porém jurídica e civilmente será considerada tão incapaz quanto uma criança. Esse mesmo anjo poderá esconder um demônio de saias ao mesmo tempo repelido e desejado: é o que diz a literatura com Anna Karenina, Luísa, Capitu e tantas outras. É o que diz a vida com Sarah Bernhardt. Quando refugiadas na igreja ou nos oratórios íntimos, essas mulheres repetirão a exaltação masculina da dor que foi e é a marca do cristianismo na história ocidental, mas sua religiosidade será continuamente transgressora pelo desejo não menos sensual de entregar ao jovem Deus crucificado um corpo também jovem e pleno.

A pulsão de morte ainda será a marca do discurso masculino sobre a mulher no século XIX mas, aos poucos, o feminino se rebela e toma, para si, a palavra. E para fazer um esboço dos modos como esse percurso vai sendo construído tomo duas personagens: uma dita e outra que se diz. Uma, de ficção, Emma Bovary, protagonista do romance Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert, ícone da mulher adúltera por excelência; a outra, Maria Francisca Teresa Martin (1873-1877), personagem dela mesma, conhecida como Teresa de Lisieux ou, como prefere a ternura popular, Santa Teresinha do Menino Jesus.

 

2. A Ficção Como Vida

No século XIX, o adultério é um dos temas preferidos dos folhetins da época. A mulher adúltera é glamurizada pela literatura. Ela é bonita, bem vestida, educada e totalmente em sintonia com a vida das jovens leitoras que são o público, embora secundário, a que este tipo de romance se destina. A mulher adúltera folhetinesca pode ser qualquer jovem infeliz em suas núpcias. Qualquer Antônia, Emerlinda, Suzana, Catarina. E a temática do adultério literário não é senão o eco das críticas políticas que são feitas à instituição do casamento e no crescente aumento do número de pedidos de divórcio na Europa letrada, conquista quase que exclusivamente masculina. E é nesse contexto que se lê Madame Bovary (1985)..

Emma  Bovary é uma típica jovem francesa burguesa do seu tempo. Sonhando com o grande amor, de olhos vidrados nos folhetins, sabedora das artes do cortejo e sem qualquer outro movimento que não seja direcionado para a vida sentimental e a ascenção social, coisas que se fundem quase que numa só:

Emma lera ‘Paulo e Virgínia’, sonhara com a cabana de bambus, com o preto Domingos, com o cão Fiel e, principalmente, com a doce amizade de algum irmãozinho que lhe colhesse frutos maduros em árvores mais altas que campanários ou que corresse descalço pela areia, para lhe trazer um ninho

Quando tinha 13 anos, seu pai a levara à cidade para pô-la no convento. Hospedaram-se numa estalagem do bairro Saint-Gervais, onde lhes serviram a ceia em pratos pintados que representavam a história da Srta. De la Vallière. As explicações das legendas cortadas num e noutro ponto pelas arranhaduras das facas, glorificavam a religião, as delicadezas do coração e as pompas da corte. (p.41)

Emma, personagem metalinguística, “vive” num romance imersa num mundo de outros romances. É uma personagem que se vê e se sabe como personagem, e para ela a vida que se abre não satisfaz. Emma não deseja outro enredo senão um que esteja a altura da heroína que se imagina, desse modo, aquilo que oferece o marido Charles Bovary, médico caipira e pouco atento aos predicados românticos dos heróis de papel, é pouco, entediante, insatisfatório:

Antes de se casar, julgara sentir amor; mas como a ventura resultante desse amor não aparecia, com certeza se enganara, pensava ela. E procurava saber qual era afinal, o significado certo, nesta vida, das palavras “felicidade”, “paixão” e “embriaguez”, que nos livros pareciam tão belas. (p.40)

A atmosfera livresca que envolve Emma Bovary é, como se disse,  similar àquela que envolve as senhoritas e jovens senhoras francesas de origem burguesa do século XIX. Felicidade, paixão, embriaguez, são palavras em voga no imaginário feminino de então. Flaubert, ao dizer Emma, embora o faça sob a ótica masculina, traduz sentimentos e necessidades que por muito tempo foram negados às chamadas “moças de família”. Sentimentos como prazer, insatifação e desejo. Emma Bovary é um ser desejante, arde numa busca que o mundo ao seu redor não pode suprir, busca um mundo suprarreal, que não é outro senão o mundo da literatura. Ao não conseguir transpor os portais que separam a ficção do real, Emma é escrita como alguém que paira no vazio da existência feminina em que a convenção dita uma coisa e o seu desejo uma outra coisa, totalmente distinta.

No século XIX, em geral, a mulher é também ditada pelos sentimentos. Os estereótipos femininos são construídos sob a base do coração, centro de toda a vida da mulher: elas são emocionais enquanto os homens são racionais. A Psicanálise as definirá, e reduzirá, também pelo útero. O termo histeria, vem etimologicamente do grego hustéra, cujo significado é, precisamente, útero. O termo passa a ser adotado para designar distúrbios de origem mental que afligem as mulheres: sua condição feminina é, para a Ciência, positivamente patológica.

Entre sentimental, impressionável e doentia, Emma Bovary escolhe seus amantes como uma leitora escolhe os personagens de sua preferência:

E dizia consigo mesma: “Tenho um amante! Um amante!”, deleitando-se com essa ideia como se fora uma nova puberdade que lhe sobreviesse. Ia, afinal, possuir as alegrias do amor, a febre da felicidade, de que já desesperara. Entrava em algo maravilhoso onde tudo era paixão, êxtase, delírio; uma imensidão azulada a envolvia, os píncaros do sentimento cintilavam sob a sua imaginação, e a vida cotidiana aparecia-lhe longínqua, distante, na sombra, entre os intervalos daquelas alturas .Lembrou-se das heroínas dos livros que havia lido e a legião lírica dessas mulheres adúlteras punha-se a cantar em sua lembrança, com vozes de irmãs que a encantavam. Ela mesma se tornara como uma parte verdadeira de tais fantasias e concretizava o longo devaneio de sua mocidade, imaginando-se um daqueles tipos amorosos que tanto invejara antes. (p.157)

Cristã de formação, como não poderia deixar de ser, a personagem não esconde arroubos místicos, um desejo de Deus e de santidade que se saciado preencheria o vazio e o tédio de que sua vida cotidiana está impregnada. A busca pelo amante e o desejo de Deus se confundem, ambas são respostas para uma fuga de um real insosso, descolorido:

Àquele badalar contínuo, voltou-se o pensamento da moça para suas velhas lembranças da meninice e do colégio. Lembrou-se dos castiçais sobre o altar, que dominavam os vasos cheios de flores e o tabernáculo de colunas (…) No domingo, à missa, quando erguia a cabeça, ela encontrava o doce olhar da Virgem, em meio à nuvem de incenso que subia. Tomou-a, então um enternecimento; sentiu-se fraca e desamparada como se fora uma pluma de ave a voltear na tempestade. E foi sem dar por tal que ela tomou o caminho da igreja, disposta a qualquer devoção, contanto que nisso absorvesse o espírito, que nisso ocultasse a existência inteira. (p.110)

No entanto, o romance de Flaubert, como os romances de outros seus contemporâneos, adverte a mulher adúltera sobre o preço que custa trangredir. Como aos mártires, esse preço é cobrado com o sacrifício da própria vida. Não há, pois, redenção sem sangue. Assim, sem exceção, as heroínas desses romances pagam com a vida o preço do prazer, seja por uma morte inexplicada, como a de Luísa, de O Primo Basîlio (1878), de Eça de Queirós, seja no ato deliberado e trágico do suicídio de Anna Karenina (1867), de Léon Tolstoi e o da própria Emma. De uma forma direta e sem rodeios o romance burguês exerce o seu papel de prédica moral, de controle e poder.

Por outro ângulo, porém, o suicídio pode ser visto também como um ato de vontade, o que não deixa de revelar a rebeldia e o papel que a mulher vai tomando para si: dona do seu prazer e do seu corpo, ela aponta com sua morte que é também a partir daí dona de sua própria vida. O olhar do autor capta a mulher em sua pluralidade de sentimentos e sentidos, na sua multiplicidade de tensões. Embora seja ainda um olhar moralista e moralizador, ele aponta que rupturas significativas acontecem. Seja no texto ou no contexto que o cerca, Emma Bovary é uma mulher livre.

 

3. A Vida Como Ficção

Teresa de Lisieux escreve-se. Escreve-se no manuscrito História de uma Alma, iniciado no ano de 1895 quando tinha 22 anos e concluido pouco antes de sua morte aos 24 anos, vítima de tuberculose. Sua trajetória é tanto curta quanto impressionante. Pelo seu relato, Teresa demonstra um projeto de vida ambicioso: aspira à santidade e essa aspiração a leva a uma audiência com o papa Leão XIII no ano de 1887 com apenas 14 anos de idade. No seu relato, Teresa transporta seu desejo de santidade à mais tenra infância:

Num dia em que Leônia pensou ser crescida demais para brincar de boneca, veio a nosso encontro com um cesto cheio de vestidos e lindas peças destinadas a fazer outros. Em cima, a sua boneca estava deitada. “Irmãzinhas”, disse ela, “ escolhei, eu vos dou tudo isso.” Celina estendeu a mão e pegou um pacotinho de alamares que a agradava. Depois de um breve momento de reflexão, estendi a mão também e disse: “Escolho tudo!” e peguei o cesto sem cerimônia (…) Esse pequeno rasgo da minha infância é o resumo de toda a minha vida. Mais tarde, quando a perfeição passou a ser minha conhecida, compreendi que para tornar-me santa era preciso sofrer muito, procurar sempre o mais perfeito e esquecer de mim mesma. Compreendi que havia muitos graus de perfeição e que cada alma é livre de responder aos convites de Nosso Senhor, de fazer pouco ou muito por Ele, numa palavra, de escolher entre os sacrifícios que Ele pede. Então, como nos dias da minha primeira infância, exclamei: “ Meu Deus, escolho tudo. Não quero ser santa pela metade, não tenho medo de sofrer por vós, só temo uma coisa: guardar a minha vontade, tomai-a, pois ‘escolho tudo’ o que quiserdes!…(pp.88-89)

Teresa ao escrever sua biografia faz escolhas como um autor de ficção. Toda escritura é intencional, não há ingenuidade em um autor que domina seu objeto, assim desdobramos Teresa em duas, uma que escreve e outra que é escrita e nas duas há diferenças marcantes. Teresa, autora, tem um objetivo de vida que perspassa seu texto: será santa. Como os heróis gregos cujo destino é traçado muitas vezes antes do nascimento, Teresa, enquanto personagem, é cercada de pequenos milagres e premonições desde bebê. Sua atração pelo Carmelo se dá quando ainda nem sabia o que fosse exatamente a vida carmelita. A elaboração de seus manuscritos atende a uma previsão quase oracular. É o que diz sua irmã mais velha ao ser questionada sobre a origem do manuscrito na abertura do Processo Ordinário da canonização:

Uma noite de inverno, depois das matinas, estávamos nos aquecendo, reunidas com irmã Teresa, irmã Genoveva e nossa Reverenda Madre Priora, Inês de Jesus. Irmã Teresa contou duas ou três passagens da sua infância. Disse eu então a nossa madre priora, Inês de Jesus: ‘ Será possível que a deixe escrever pequenas poesias para agradar umas e outras, e que nada escreva para nós sobre todas essas recordações de infância? Vereis, é um anjo que não ficará muito tempo na terra, e teremos perdido todos esses pormenores tão interessantes para nós’. Nossa madre priora hesitou inicialmente e, a instâncias nossas, disse à Serva de Deus que gostaria de receber, no seu aniversário, o relato de sua infância. (pp.63-64)

Sobre a narrativa autobiográfica, Mikhail Bakhtin (2003) vai identificar um elemento organizador antes de tudo estetizante. Olhar para o passado é sempre um olhar estético sobre a memória pessoal do narrador/autor-personagem e sobre o olhar do outro sobre este. No caso de História de uma Alma, pode-se identificar aquilo que Bakhtin chama de consciência biográfica aventuresco-heróico, caracterizada pela vontade de heroicidade, pela vontade de ser amado e pela vontade de superar a fabulação da vida. Esses três valores podem ser encontrados no relato de Teresa. Como heroína ingênua Teresa, a personagem, aspira à glória que, embora surja como glória celestial é também terrena, na medida em que ser santa é também ser modelo para seus pares. Como heroína Teresa almeja a inscrição do seu nome no futuro, futuro eterno sem que, no entanto, esse exclua o futuro temporal, mundano, que é o que interessa à Teresa autora.

O amor é uma segunda aspiração que obedece a um duplo movimento. Teresa escreve-se para um Outro que em dois também se desdobra: ela escreve-se para o seu leitor contemporâneo e ela escreve-se para Deus. Deseja ser amada por ambos e essa consciência amorosa do Outro determina as diretrizes principais do seu texto. Finalmente, a vontade de superação da fabulação da própria vida demonstra que, como Emma Bovary, a vida cotidiana oferece muito pouco, a aventura da vida necessita de outras tensões para que possa ser digna dela Teresa.

O que seria um manuscrito de interesse familiar, pois Inês de Jesus, a primeira incentivadora do trabalho, é também irmã de Teresa, ganha um novo status após a morte desta: documento que narra, de próprio punho, a trajetória de uma santa católica contemporânea, o que, à primeira vista, parece servir sobretudo como meio de controle social de mulheres que se rebelam contra máscaras predeterminadas. A exaltação da dor e a imitação do Cristo sofredor parecem ser ainda os papéis destinados às moças de bem. Entretanto, História de uma Alma (2001) diz algo mais além dessa superfície.

Sob a presença ameaçadora da morte, Teresa escolhe. É preciso dar relevo ao fato de no convento Teresa escreverá e encenará peças teatrais. Isso reforça seu caráter dramático, o teatro radical de sua própria existência. Sua escolha é pela via do sacrifício, mas é sua, pertence-lhe. Transitando entre o real e o literário, que são ambos a mesma coisa, sem qualquer dicotomia, Teresa quer-se santa, escreve-se como tal, inventa-se e reinventa-se ao manipular suas memórias e embora de vida, vida real, aqui se trate, no momento em que escreve, edita e é editada (os manuscritos passaram por correções, edições e ajustes realizados pela família) a sua obra autobiográfica ganha um novo sabor, um toque ficcional que é comum a qualquer biografia ou autobiografia, a qualquer diário ou relato de sonho. Personagem e autora se confundem, é certo, entretanto a confluência de ambas é a declaração de um ato de vontade. Teresa também é dona de sua história, do seu corpo, de sua vida e de sua morte:

Sim, meu Bem-Amado, eis como se consumará minha vida… Não tenho outros meios para te provar meu amor, a não ser lançar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra, aproveitar todas as menores coisas e fazê-las por amor… Quero sofrer e mesmo gozar por amor, assim lançarei flores diante do teu trono, não encontrarei uma só sem desfolhá-la para Ti. (p.215)

A grande transgressão dessa nova Sulamita não é apenas o amor místico-sensual que atravessa todo o seu relato, é ela mesmo dizê-lo sem intermédio de qualquer Salomão, sem o aval do olhar masculino, e ainda definir com autoridade: eis como se consumará minha vida. Rebelando-se contra qualquer autoridade patriarcal, a qualquer Deus que a chame pelo nome, Teresa põe curso a seu projeto. Dona de sua vida e de sua morte, Teresa de Lisieux é uma mulher livre.

 

 

Referências

FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary. São Paulo, Livraria Martins Editora, 1985.

FACE, Teresa do Menino Jesus e da Sagrada. Obras Completas. São Paulo, Edições Loyola.

BAKHTIN, Mikhail. A Autobiografia e a Biografia in Estética da Criação Verbal. São Paulo, Martins Fontes, 2003.

 

 

 

 

 

 

.

Micheliny Verunschk é autora de três livros: Geografia Íntima do Deserto (2003, indicado ao Portugal Telecom no ano seguinte), O Observador e o Nada (Bagaço, 2003) e A Cartografia da Noite (2010). Escreve porque é tudo o que pode saber. Gosta de teoria literária, moda, arquitetura, design, arte de rua e, ocasionalmente, de música. É blogólatra e workaholic. Costuma dizer que Osman Lins é seu pastor e por isso a ela nada faltará. Já viveu muitas vidas numa só e está sempre curiosa para saber as cenas do próximo capítulo.




Comentários (1 comentário)

  1. Hilton Valeriano, Essa suposta “transgressão” já possui antecedente na ordem religiosa: Santa Teresa de Ávila. O conceito de liberdade nessa mística não pode ser compreendido como liberdade individualista ou mesmo ancorado na subjetividade moderna, ou seja, decorrente dos ideais iluministas e protestantes. Sua liberdade está sobre o primado da “vontade”. Vontade no sentido agostiniano. Veja a grande influência das “Confissões” na obra das duas Santas.
    3 março, 2012 as 14:19

Comente o texto


*

Comente tambm via Facebook