Biblioteca Roberto Piva
Biblioteca de Roberto Piva também será local de encontros, estudos, leituras: colabore
Foto by Mário Rui Feliciani
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Muitos já receberam informação sobre arrecadação de fundos, o “crowdfunding” para preservar e tornar público o acervo do poeta Roberto Piva – sua considerável biblioteca, os inéditos e dispersos, outros documentos, bibliografia passiva etc. Para acontecer, a arrecadação – que vai bem, com resultados dentro da meta – precisa cumprir plenamente sua finalidade, alcançando a quantia esperada.
A participação é através do Catarse, especializado nesse tipo de iniciativa. Examinem: https://www.catarse.me/bibliotecarobertopiva. Observem como é transparente, e com justificativas, metas, prestação de contas, valores e recompensas a quem fizer doação.
Participarei em uma etapa subsequente, uma vez garantido o acervo, organizando encontros e palestras, chamando autores de ensaios e pesquisas sobre Piva, além de exibir a filmografia e boas criações artísticas inspiradas nele. Enfim, fazendo que tenhamos um centro de referência ativo; um espaço cultural pleno. Quando necessário, utilizaremos outros auditórios, que comportem mais pessoas.
A sinopse divulgada por Gabriel Rath Kolyniak, da editora Córrego:
Queridos amigos, quero mais uma vez falar sobre o nosso projeto de montar uma biblioteca especificamente voltada para poesia na cidade de São Paulo. Apesar de não ser um projeto ligado à esfera estatal, mas sim a uma iniciativa nossa – idealizada por mim, Gustavo Benini,Vanderley M Mendonça, Claudio Willer, Roberto Bicelli e Sergio Cohn -, utilizando para a montagem da biblioteca o acervo pessoal do Roberto Piva, o objetivo é que a biblioteca sirva à sociedade em geral. O lugar estará aberto em horário comercial para visitação, e pretendemos promover ali, com a coordenação do Willer, a reunião dos trabalhos de pesquisadores como a Renata D’Elia, que se dedicaram a estudar o Piva e a geração de poetas a que ele pertencia. Pretendemos também guardar ali itens pessoais do Piva e de seus contemporâneos, o que funcionaria também como uma espécie de manutenção da memória e da presença desses poetas que tanto contribuíram para a difusão da prática da poesia em nossa cidade.
Acrescento esta justificativa, além do que digo no vídeo do Catarse. O Piva leitor é bem ilustrado pela imagem que encerra este post: uma foto que tirei em 1960, em Peruíbe:
Franquear a biblioteca e demais acervos de Roberto Piva justifica-se, entre outras razões, por ele ter sido um poeta leitor. Visceral, irreverente, transgressivo, ao mesmo tempo apresentou-se como erudito. Passagens supostamente obscuras de sua obra ocultam um intertexto que lhes adiciona sentido. Tais características contribuíram para estimular pesquisadores. Comprovam-no as 12 teses de doutorado ou dissertações de mestrado nos últimos anos e uma quantidade de ensaios, além dos depoimentos e da publicação de suas entrevistas. Compõem uma substanciosa bibliografia paralela, à qual se adicionam registros filmados ou gravados. Tudo isso é mediação entre o poeta e seus leitores. Daí a intenção de formar um acervo que não seja estático, passivo, mas atue como núcleo irradiador da obra de Piva, da poesia e do conhecimento.
OBRIGADO!
Créditos: Capa de Paranóia, da edição do Instituto Moreira Salles de 2000, por Wesley Duke Lee; a montagem que Mario Rui Feliciani fez da foto de Piva em Paranóía e daquela que ele fez em 1967 para Ciclones; duas fotos batidas por mim, slides que foram recuperados por Pipol, em 1963 e 1960.
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Claudio Willer (São Paulo, 1940). Poeta, ensaísta e tradutor. Traduziu parcialmente Ginsberg e Artaud, e a obra completa de Lautréamont. Publicou também, entre outros, Geração Beat, L&PM Pocket, 2009 e a tradução do Livro de Haicais, de Jack Kerouac (L&PM, 2013). E-mail: cjwiller@uol.com.br
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