Em medio a balas de borracha…
Fabiano Calixto em medio a balas de borracha, prosas que dan lucro, calles en llamas y la poesia que non dá grana…
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Conozco Fabiano Calixto desde el siglo passado.
Sua poesia tem fogo propio y ele ya ha publicado “Algum” (1998), salvo engano, seu primeiro libro de poemas. Depois, publicou outros livros de poesia, como “Fábrica” (2000), “Música Possível” (2006), “Sangüínea” (2007), además de “Pão com bife” (2007), um libro de poemas para crianças.
Em 2010, aparece uma bersión pocket bilingüe de “La Canción del Vendedor de Pipocas”, publicada por Yiyi Jambo Cartonera, em Paraguay, y recentemente, en bersión engordada, com textos em português solamente. nel lado brasileiro de la frontera, pela editora Sette Letras,
Em tiempos de passeatas y balas de borracha, calles en llamas, cobiza, raiva, ignorância, mezquinaria, violencia geral, precios cada vez mais altos & spray com pimenta, la poesia non serve para nada, y talvez por isso continue siendo tan importante kontra la burrice y la rabia y la estupidez geral.
No mais, que la poesia siga siendo inútil como piedras y palos y coqueteles molotovs.
Avanti abatí abá katú etê!
1. Cómo estás? En Rio ou SP?
Estou morando em São Paulo atualmente. Mas há planos de me mudar para São Thomé das Letras, em Minas Gerais.
2. El libro esse que voce está publicando es la versión nacional daquele que publicamos en Paraguay por Yiyi Jambo Cartonera?
Digamos que sim e não. Sim, pois também é uma antologia e tem o mesmo nome da que lancei em espanhol pela Yiyi Jambo. Não, porque é uma versão ampliada, grande. Escolhi os poemas que gosto e montei a antologia. Reescrevi muitos deles, alguns mudei completamente – o que dá, claro, outra tensão à coisa.
3. Qué me podes dizer de las Canciones del vendedor de pipocas?
É minha antologia poética. Desde que vi/li pela primeira vez a antologia poética do Vinicius (com aquele design lindíssimo da José Olympio) sempre quis fazer a minha. Depois de quase vinte anos escrevendo poesia, taí.
4. Qué te pareceu la antologia Poesia.BR?
Eu acho que é um trabalho importantíssimo, generoso e muito corajoso do Sérgio Cohn. É uma antologia bem abrangente e chega num preço muito honesto (sabemos muito bem que honestidade é artigo cada vez mais raro nesta terra de ratos, não é meu caro Diegues?). Claro, quando se faz uma antologia, principalmente desta envergadura, vem um monte de gente com os clássicosmimimis, com as bobagens de sempre da velha crítica e junto vem também o coro dos velhacos cri-cris. Enfim, isso já não tem mais a menor importância. A poesia brasileira vive um momento muito bom, plural e forte. E Poesia.br chega na hora que acabamos de abrir a cerveja para o brinde ao delírio. Dou meus parabéns ao Sérgio (que, além de muito bom poeta, vem se mostrando um editor e tanto).
5. Como voce percebe o momento da poesia brasileira del calor de la hora?
Como disse logo acima, acho que vivemos um momento muito muito bom. Claro que os catastróficos, os parasitas evangélicos da sabença lite-rata e os devotos do neoparnasianismo asno acham que não, morrem de saudades de seus “drummonds”, de seus “bandeiras”. Bem, como também já disse, isso não tem a menor importância. Tem bastante gente escrevendo poesia eletrificada, potente, intensa, e é isso que importa. A poesia está saindo das mãos de uma elite (que não tem nada a dizer) e caminhando pelos becos sujos da vida, nada mais saudável, mais instigante, mais vivo. A poesia é uma coisa selvagem, meu parça, não podia ficar sentadinha e educadinha nos sofás das coberturas milionárias tomando aulas de francês.
6. Qué voce opina del portunhol selvagem? Es uma farsa ou tem algum futuro? Y qué comentarios pudiste ouvir sobre portunnol selvagem nel eixo selvagem RIo-SP?
Eu acho o portunhol selvagem uma das lesões linguísticas mais intensas e interessantes que existem. Ação direta nas molas da falácia e do poder. O portunhol selvagem é desestabilizador, desierarquizador, anarquizante. Sou fã.
7. Lo que es que la bahiana tem que las paulistas e cariocas non tienen?
Tanto as baianas quanto as paulistas e cariocas têm o mel do melhor. São uma gostosura todas elas.
8. Por que as editoras publicam mais narrativas falsas altas voltagens que poesia de alta voltagem di berdade?
Porque a prosa dá grana (e acende holofotes) e a poesia não. É uma coisa de mercado mesmo, o velho bordão: “a poesia não vende”, enfim. Aquele papo de aranha e tal. A poesia, por seu lado, não tá nem aí, sempre vai ser underground, anti, por isso libertária. Tem também uma questão, mais ampla, que é a coisa da fluidez, da implosão de fronteiras. Acho que as melhores tretas textuais em nosso tempo ultrapassam as questões de gênero literário. Eu acho isso o máximo. Outra coisa bacana hoje em dia é que andam pintando umas editoras muito legais, pequenas, fazendo pequenos trabalhos grandiosos. Guerrilha total. Evil has no boundaries!
9. Como voce ve a literatura nos jornais brasileiros? Ainda falta espacio digno para a poesia nas paginas dos jornais brasileiros de alto alcance?
Não leio mais jornais. Só servem para propagandear pensamentos de direita, mentiras esfarrapadas, patéticos retornos de velhas bandas falidas, poemas do Michel Temer, conluios de todo tipo, informação redundante, falsas modéstias literárias e outras merdas. Jornais só servem para sujar o pensamento e as mãos. Quer dizer, servem também para colocar embaixo da bacia onde o gato caga.
10. Em que voce está trabajando atualmente?
Eu vivo metido em encrencas. Um anarquista na autopista. Bem, no segundo semestre lanço meu novo livro de poemas inéditos, o Nominata morfina. Preparo, para lançar no fim do ano, um ensaio para a coleção Ciranda da Poesia (essa belíssima coleção dirigida pelo Ítalo Moriconi e publicada pela Uerj). Também estou traduzindo, com meu parça Reuben da Cunha Rocha, uma antologia do Kenneth Rexroth, mas acho que isso é mais para ano que vem. Há também um longa que estou me preparando para começar a filmar, O lobisomem que lia Schopenhauer. Pretendo cursar doutorado em breve. É isso.
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Douglas Diegues (Rio de Janeiro, 1965) es autor del primeiro libro de poesía escrito em portunhol neste mundo, el ya esgotado y praticamente inencontrable ¨Dá gusto andar desnudo por estas selvas – Sonetos Salvajes¨ (Travessa dos Editores; Curitiba, PR; 2002). Ha publicado ¨Uma flor na solapa da miseria¨ (Eloisa Cartonera; Buenos Aires; 2005); El Astronauta Paraguayo (Yiyi Jambo, Asuncion, 2007) y Triplefrontera Dreams (Katarina Kartonera, 2010), entre outros. Seu conto ¨Índio Ramirez¨, fue publicado na antologia ¨Neues vom Fluss: Junge Literatur aus Argentinien, Uruguay und Paraguay¨ (Lettrétage, Berlin, September, 2010). Vive actualmente entre Asunción (Paraguay) y Ponta Poran (Mato Grosso do Sul, Brasil). Es fundador de Yiyi Jambo, la primeira editora cartonera del Paraguay. Comanda hasta el momento el blog www.portunholselvagem.blogspot.com Atualmente lee la primeira novela de Juan Carlos Onetti ¨El Pozo¨ y ¨Juan Carlos Onetti, Cartas de Um Joven Escritor, correspondencia com Julio E. Payró¨ (Ediciones Trilce / Lom Ediciones / Beatriz Viterbo Editora, 2009). Seu e-mail es douglasdiegues@gmail.com

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