Encontros não casuais: Idra Novey



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Talvez um dos maiores desafios literários hoje seja o de filtrar num mar de poesia publicada em livros, revistas e na web o que é mais relevante, o que realmente nos toca e nos diz respeito numa época multimídia pós-correntes literárias. O editor é figura central neste dilema, vasculhando territórios, desenhando mapas – mas quanta poesia à deriva neste mar absoluto? O crítico, ilhado, ouve a própria voz retornando em eco, quebrada em aspas nas contracapas dos livros. Os prêmios acabam se tornando um dos poucos instrumentos de navegação realmente confiáveis.

Neste e nos meus próximos dois posts, apresentarei poemas de três novas poetas americanas que, com seus primeiros ou segundos livros premiados, estão conseguindo levantar a cabeça da água num país inundado de publicações.

Idra Novey acaba se lançar seu segundo livro, Exit, Civilian (University of Georgia Press, 2012), vencedor do National Poetry Series. Seu primeiro livro The Next Country (Alice James Books, 2008), recebeu o Kinereth Gensler Award em 2007. Como tradutora, recebeu o PEN Translation Fund por On Elegance While Sleeping, de Viscount Lascano Tegui (Dalkey Archive, 2010), e tem uma relação próxima com o Brasil, como tradutora de The Passion According to G.H., de Clarisse Lispector (New Directions, 2012), Birds for a Demolition, de Manoel de Barros (Carnegie Mellon University Press, 2010) e The Clean Shirt of It, de Paulo Henriques Britto, (BOA Editions, Ltd., 2007).  Outros prêmios incluem o Amy Award 2008, conferido pela revista Poets & Writers e bolsas da Poetry Society of America (Chapbook Series) e do National Endowment of the Arts.

Então se publico aqui um poema de Idra Novey, não é por acaso. Com uma poesia cheia de cor, temperatura e significado, ela tem conseguido se destacar entre as novas vozes da poesia americana. Antes disso tudo, de todos esses livros e reconhecimento, eu tive o prazer de estudar com Idra na Columbia University, onde hoje ela é professora. Trocamos poemas ainda no rascunho nas nossas oficinas, fizemos algumas traduções juntas, apresentei a ela alguns poetas brasileiros de que gostava. Já há alguns anos, colaboramos na revista Rattapallax, como editoras. Neste meio tempo, tivemos filhos, publicamos livros, seguimos escrevendo e traduzindo. É incrível como nesse mar de poéticas à deriva, encontramos os nossos caminhos.

 

O poema a seguir, extraído de Exit, Civilian, é uma homenagem a Graciliano Ramos. Por Idra Novey, tradução de Flávia Rocha. Para ler mais: http://www.idranovey.com/books/exit-civilian

 

[Confira o PDF]

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Girls Write Now Poetry Workshop with Idra Novey

 

 

 

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Flávia Rocha nasceu em São Paulo em 1974. Jornalista, trabalhou nas redações das revistas Bravo!, República e Carta Capital, e  Casa Vogue, entre outras publicações. É autora dos livros de poemas A Casa Azul ao Meio-dia (Travessa dos Editores, 2005) e Quartos Habitáveis (Confraria do Vento, 2011). Tem mestrado em Criação Literária pela Columbia University e é uma das editoras da revista literária americana Rattapallax. Editou antologias de poesia brasileira para as revistas Rattapallax (EUA), Poetry Wales (País de Gales) e Papertiger (Austrália). Fundou, com Steven Richter, a Academia Internacional de Cinema, onde desenvolveu o curso de Criação Literária coordenado pela escritora Veronica Stigger. E-mail: flavia@aicinema.com.br

 




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