Melo e Castro, poeta fractal
Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro (Covilhã, Portugal, 1932; São Paulo, Brasil, 2020) foi professor, poeta e ensaísta. Formado em engenharia têxtil pelo Instituto Tecnológico de Bradford, Inglaterra em 1956, exerceu esta profissão paralelamente à de escritor, dedicando-se também ao ensino tecnológico e à publicação de manuais de tecnologia e design têxtil. Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo, 1998, foi professor colaborador e depois professor visitante na área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, nesta universidade, de 1996 a 2001, onde ministrou disciplinas de graduação e pós-graduação. Sua tese de Doutorado, ainda inédita em livro, é intitulada “Poesia dos Países Africanos de Língua Portuguesa: Percursos Comparatistas com as Poesias Portuguesa e Brasileira”. Concluiu o pós-doutorado, em literatura portuguesa do Séc.XX, na FALE (Universidade Federal de Minas Gerais). O título do relatório de pós-doutorado é “O Paganismo em Fernando Pessoa e sua projeção no mundo contemporâneo”, editado posteriormente pela Annablume. Foi professor de Design Têxtil e Teoria de Cor no IADE (Instituto Superior de Arte, Design e Marketing), em Lisboa, onde também exerceu as funções de Coordenador do curso de Design de Moda e de Presidente do Conselho Diretivo do Curso Superior de Design, até 1996. Na PUC de São Paulo realizou, com o Professor Doutor Fernando Segolin, em 1997, os dois primeiros cursos de pós-graduação de Arte Multimédia e Infopoesia. Na UNI-BH (Belo Horizonte) realizou vários seminários de POIESIS e TECNOLOGIA, assim como no ITAÚ Cultural de São Paulo (1998/2000). Lecionou Teoria e Crítica da Arte, Arte e Comunicação, Teoria da Comunicação, Design de Comunicação, Arte Multimédia, Teoria das Artes Plásticas, Geometria na Arte, na ESAP (Escola Superior Artística do Porto). No Instituto Piaget (Almada) lecionou: Semiótica e Semiologia Geral e das Artes, Língua e Literatura Portuguesas (para alunos de Jornalismo).Praticante e teórico da Poesia Experimental Portuguesa nos anos 60, introdutor em Portugal da Poesia Concreta (IDEOGRAMAS, 1961). É considerado pioneiro da videopoesia (RODA LUME, 1968). Entre 1985 e 1989 desenvolveu na Universidade Aberta de Lisboa um projeto de criação de videopoesia denominado SIGNAGENS. Sua poesia, de 1950 a 1990, encontra-se reúnida no volume TRANS(A)PARÊNCIAS (Sintra, Tertúlia, 1989), livro que ganhou o Grande Prêmio de Poesia Inaset – Inapa de 1990 (esgotado). O livro de ensaios VOOS DA FÉNIX CRÍTICA, Lisboa, Edições Cosmos, 1995, obteve o Prêmio Jacinto do Prado Coelho, da Delegação Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos Literários. Em 2006, realizou-se uma exposição antológica de 50 anos do seu trabalho visual-literário-tecnológico, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, com o título O CAMINHO DO LEVE. Organizou várias antologias, entre elas a Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa, em colaboração com Maria Alberta Menéres (4 edições). A sua bibliografia ativa conta com mais 25 livros de poesia e 18 de ensaios de crítica e teoria literária.
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